TWiki> EDC Web>EDC140Ale>RelatoExperiencia (revision 13)EditAttach

Site de Didática

Relatando...

Participação no ENDIPE - Recife, 23 a 26 de abril, 2006

por Alessandra

Eta terra bonita, essa!
...toda organizada em torno dos rios que cortam a cidade e desenbocam no marzão. Um recife acompanha toda a faixa de mar que banha essa terrinha. Primeira coisa diferente de Salvador, menininha BRANCA no sinal...Um largo calçadão em toda a Boa Viagem e... proibido surfar! os tubarões estão sempre pertinho, dizem. E já andou (nadou) comendo umas perninhas de gente em cima de prancha que parece com tartaruga olhando por debaixo d´água. Agora, fiquei olhando um tempão para o mar e não vi nenhuma barbatana boiando, assim como aparece nos filmes. Talvez isso seja coisa de filme! (Boni me alerta para isso). No Recife Velho, casarões antigos parecidos com os do PElourinho em Salvador, boa música e um camarão com macaxeira gratinado no forno que é de "babar". Aliás, aqui o povo fala em "baba de moça", mas é outra coisa, um doce delicioso feito com a "carne" do côco verde... uma delícia encontrada no Parraxaxá! Lá tem comida para os olhos também, parede de reboco, florzinha de plástico, fogão de lenha e lampião (os dois, porque tem um a querosene e outo que é um boneco tamanho natural do cangaceiro também, junto com Maria Bonita). Falando em bonita... Olinda! que encanto o centro histórico, quantas histórias. Mosteiros, conventos, igrejas que não acabam mais, ruas de pedra e uma ladeira da misericórdia. Dá pra imaginar porque tem esse nome... ufa! dá para pagar todos os pecados subindo por ali. E estando mais levezinho lá no topo, dá para tentar entrar no ritmo do maracatu. Gente, percussão é tudo, o maracatu faz uma sintoniza alucinante com as batidas do coração e aí você se mistura ali mesmo junto com o rei, a rainha e a boneca que dança, pula, agita! nem é tão necessário, mas por tradição se quiser associar um "pau de índio" tudo bem... é uma cachaça misturada com mais de 38 ervas. Se você não gostar de índio tem a "xoxota de índia", dessa aí não compreendo muito bem mas deve ter mistura de ervas do mesmo jeito. Quando estiver sem fôlego e já meio zonzo é só mirar a paisagem e respirar fundo... dá pra ver Recife inteira lá de cima. dá pra ver um pedação do Atlântico e o mar vê a gente, se tivermos perto lá do farol gigante, nem precisa dizer que é o maior farol da América Latina ou sei lá de onde... o bichinho é cartão postal da cidade, deve ser porque de tão grande que ele é qualquer cartão postal pega um pedaço do danado. Quando sentir sede vai achar um caldo de cana bem fresquinho, ou um suco de pinha, ou então... pergunte se tem suco de pitomba... hehehe. Vai pagar o maior mico. Essa é uma frutinha deliciosa, só quebra a casca e tem uma semente grande envolvida numa polpa bem espessa. E aí é só chupar um pouco e jogar o caroço fora, zé mané, não dá para fazer suco não. Mas o suco de pinha é sério! é bater com caroço e tudo no liquidificador, bater rapidinho e depois coar ou peneirar, tanto faz. Caramba, é uma delícia. Que nem carambola, que também vi por aqui. detalhe que adoro cortar na vertical e ver o formato de estrela que fica. Opa, vamos correndo para ver o ENDIPE começar... mas já valeu o encontro.

Abertura do evento
Uaaaauuu! foi o que eu disse quando entre no Centro de Convenções da UFPE, que funciona como cidade universitária. A universidade é pública e a infra-estrutura é um luxo só. Então, náo é de espantar público com luxo...Depois da rapidíssima cerimônia de abertura, com uma meia-dúzia de 10 ou 15 representações, depois de igual quantidade de discursos e "alegrias" de estar ali e outro sem número de votos de bom evento, depois de 13 anos de homenagens (arghhh!) e depois de cento e poucos carneirinhos... finalmente uma fala interessante de ninguém menos que Candau (pronuncie "candou"!). Instigante! a questão é o seguinte podemos estar vivendo uma inclusão excludente, então alto lá com a perspectiva homogeneizante do que seja essa preocupação com inclusão...pegando o texto dela que vai ser publicado pelo evento dá pra pensar mais nisso. O professor venezuelano falou do convivio entre diferentes culturas. nada de tolerância pense na idéia de "curiosidade profunda" em relação a outra cultura. yeah! mais interação, enriquecimento e interculturalidade. O texto que ele leu (...) já deve tá disponivel tb. No mais... coquetel sem conflito! claro, várias mesas com o mesmo tipo de petisco espalhadas pelo foyer, né inteligência? mais delicias! depois de tanta farra, preciso descansar...afinal, daqui a pouco tem mais.

..."diálogos sobre docência on-line"
No dia seguinte à abertura...fila enorme para credenciamento, apesar de estar automatizado, com etiquetas dos crachás sendo impressos na hora. Com a demora cheguei tarde no mini-curso, mas deu para aproveitar um pouco dos "diálogos sobre docência on-line" no mais quero continuar em contato com Maria Conceição (consinha@terra.com.br). O contato com pessoas de outras universidades foi interessante. De novo pintou a vontade de escrever um artigo sobre o uso de forum, chat, lista... as caracterisiticas de cada um dos recursos, finalidades, o que provoca nos usuários, os limites... sempre são assuntos nas rodas desse tipo, mas sinto que podmeos aprofundar mais a discussão, teorizar mais sobre isso saindo do julgamento sobre "isso é bom ou aquilo é ruim". Me incomoda ouir que no final qualquer recurso serve desde que o professor tenha uma consciência política, um projeto pedagõgico... nao é raro nesse bojo identificar o que falta para que o aluno participe. A gente só tem mais dificuldade de olhar é para o que tem, o que é explicitado pelo aluno. incrível!

...o contato com o prof. Paulo Cysneiros
...foi muito interessante! Ele chamou atenção para a sistemática das pesquisas e produções na área de educação e tecnologia, indicando a proliferação de expressões como um indicador de falta de identidade do campo, indicando também o caráter a-histórico de algumas produções como um complicador para a delimitação desse campo. Para ele educação é substantivo e tecnologia é adjetivo, o centro da discussão está em olhar para a educação como um fenômeno complexo. Ao mesmo tempo em que ele falava fiquei pensando na questão que apareceu no mini-curso. Então, sinto vontade de discutir a suposta neutralidade das tecnologias. Paulo questiona a idéia de tencologia como potencial, analisando que falar nisso não é suficiente para orientar as nossas ações. Importa o que é feito no tempo e no espaço. Pensar em potencial é algo futurístico. Ele questiona a não apropriação da didática sobre essa área. Essa ausencia, falta de história e de sistematização tem impacto em cada uma das políticas públicas, bem como na relação entre elas. É legal pensar em fortalecer a relação entre gestao de políticas e universidade. Paulo fala na arquitetura como tecnologia envolvente, acho bacana isso, ela é o ambiente, usamos e não nos damos conta. Vai valer a pena ler o texto que reescreve essa fala de Paulo, ele traz referencias importantes. Além da fala dele, foi superbacana conhecer o projeto Virtus, (muita teecnologia já desenvolvida e em desenvolvimento por lá) e alguns detalhes da cidade universitária da UFPE tendo como guia o professor. hospitalidade 1.000! Vou permanecer em contato no email cysneiros@gmail.com

... Maria Helena Bonilla provocou uma profusão de idéias!
no seu simpósio iniciou com parte de uma crônica do livro "o tempo e o vento" de Erico Veríssimo. As questões provocadas aí foram "por que falta tecnologia? onde falta? tudo isso é uma questao política que passa por decisões tomadas coletivamente. tem a ver com a forma como as pessoas entendem a inovação. o legal é que a tecnologias não é algo separado, são envolventes e provocam novas formas de organização das relações sociais. A fala dela aponta para várias politicas que foram iniciadas com o governo Lula. Fiquei refletindo sobre quais as políticas internas da ufba quanto a esse assunto? como elas se articulam entre si? o que falta? o que tem? (a sede é incluir essas questoes na minha pesquisa de doutorado...vamos ver se consigo agora, ou fica para depois). Um dos grandes nós, como foi colocado por Bonilla, é a formação de professores. Nao se trata apenas em pensar no que ensinar para que eles assimilem, mas é hora de pensar nas condições que são criadas para que os professores se auto-organizem e produzam conhecimento e cultura (isso tem tudo a ver com a minha tese!!!). isso aí tem a ver com o curriculo da formação de professores, com a ideia de rede e labirinto que o nosso grupo (GEC) vem discutindo. A desarticulação entre políticas e iniciativas tem como indicador, por exemplo, o fato do MEC levar o TV escola para todas as escolas e as faculdades que formam professores ficam de fora. entao, nao basta ter acesso, precisa ter formação. E aí, que formação é essa? concordo que não podemos ter uma escola para pobres e outra para ricos (essa dicotomia tem atenuantes que sinto vontade de pensar mais. Mas pense aí, também nao vamos falar de uma escola igual! Mas como principio a escola como espaço de produção. Me lembro do termo falado pelo professor ontem e continuo pensando, falamos de uma escola plural na qual diferentes interagem a partir de uma curiosidade profunda (nao é só respeito e tolerância). Uma provocação importante nessa parte, pensar o digital como elemente imbricado na cultura e nao como um simples instrumento. Boni falou tb so software livre e de seu movimento que engloba participação de grande comunidade, colaboração, interativadade. engraçado falarmos que todos estáo acostumados com windows, até parece que isso vem sendo adotado a séculos num intensivo treinamento para todos.. coisa nenhuma. Agora, ele procura fazer parte de nossa paisagem, assim como o céu com nuvens da área de trablho padrao do windows. Uma dica, o autor Damasio fala em comunidades virtuais, que envolvem o afetivo, intelectual e social, racional e emocional. Acompanhar Boni durante o evento foi maravilhoso! Grande oportunidade de conhecer mais um pouco da pessoa brilhante, observadora, comprometida, sensível... tudo de bom que ela é!

... GOstei do que a professora Umbelina anunciou
AO tratar da experiência do Projeto Veredas, MG, ela contou as idéias iniciais e as limitações que foram aparecendo devido às restrições quanto a infra-estrutura. Foi o caso da opção pelas fitas de vídeo pré-gravadas para serem vistas em horários alternados, em detrimento das conferências ao vivo que exigiam infra-estrutura e tempo em comum dos participantes. Tinha locais sem energia elétrica... Essa discussão é um dos meus calos! entao, formamos os professores dando uma grande lição de adaptação e aí onde fica o papel social do professor e da escola de provocar a sociedade e de transforma-la???A preocupação, segundo umbelina, era a de tutelar o professor o tempo todo, exigindo leituras e realização de tarefas. Isso parece ser um indicador de qualidade que prevalece. QUestiono esse caminho aí. Uma coisa interessante é a preocupação com as redes sociais, nao só com as redes informacionais... daí falou em conceitos importante que quero ir mais fundo, falou em subtituir hierarquia por solidariedade, acordo e nao consenso, totalidades complexas, heterogeneidade e incerteza, descentralização e autonomia. Isso aí tinha base as idéias de Morin. FAlou também em gestao das redes sociais. Agora, fiquei em dúvida sobre o funcionamento disso. Acho a noção de rede muito "cara", daí algumas questóes vieram a mente: após o curso como fica a tal rede? se ela só se reune se a universidade convocar entao temos uma rede mesmo? rede de um centro só? como as redes se formam? como acontecem as relações na rede? Achei interessante também a avaliação sobre o alcance do veredas, ele teve impacto na organização pedagógica e na auto-estima do professor. A questao é: como fica a mobilização do preofessor enquanto cidadão? como fica a função social do professor? o que o incomoda e como age considerando a alteração de sua visao de mundo após o curso? Mais uma vez, fiz relação com a minha tese... esse é o barato de participar de um evento assim, e nao simplesmente se enclausurar para escrever. Estou realizada de sentir a cabeça funcionando. DUas referencias sobre o tema redes. MANCE, E.A. Redes de colaboração solidária. Vozes, 2002. outra é LOSICER, E. Descentralização, redes e subjetividades. s-d. Esse aqui vou precisar solicitar a professora, é um texto mimeo, mas antes tento achar algo desse autor na internet. no email dela mucsalgado@uol.com.br

o almoço em companhia do professor João e Ronaldo
quem pegou pesado foi o pessoal do restaurante, tendo que atender a dezenas de pessoas ao mesmo tempo, no centro de convenções da UFPE (e que centro!). Mas pudemos desfrutar de um almoço descontraído, com a alegre presença do professor Ronaldo da universidade federal do Pará, professor João e esposa, da univ. federal do Ceará, prof. Paulo Gileno e Boni...

o simpósio com o prof. Joaquim Severino...
o Painel com Rosália sobre imagem e cinema
Vani Kenski e a lógica dos jogos eletrônicos
gestão de tecnologias, com Alexandre
profusão de idéias
eu que achava que ir ao evento seria um desvio de planos em relação ao doutorado... um engano. Tive muitas idéias e voltei com grande disposição para estudar e produzir mais. Tive acesso a um conjunto legal de referencias e pude falar e pensar sobre o que estou fazendo, sobre minhas inquietações... também pensei muito no ciberparque e nos rumos de minhas coordenação dos trabalhos...
o Painel 136
Maria Antônia provoca no sentido de pensar as tic como elemento da cultura, falando da experiencia de portugal... Dilmeire... Boni...

o almoço em companhia das professoras de Olinda e Recife
que sorte! Boni e eu sentamos do lado de duas professoras que atuam na rede municipal, quando almoçamos na conhecida "praça de alimentação"...

racionalidades, painel 53
Com Marli André, Arilene e júlio

... ufa! o ENDIPE foi demais! esse evento vai fazer parte de minha agenda a partir desse ano. Tem muito mais reflexões...

Participação no ENEPE

por Jaguaracy e Rachel

Participação na palestra de Bernard Charlot

por Paulo

Participação do II Coloquio sobre formação de Educadores - UNEB, 15 A 17 DE maio, 2006

Por Sule

Que maravilhoso foi esse colóquio, muita aprendizagem, foram dias que me fez refletir muito diante de cada tema exposto. O dia de 15/05/06 começou um pouco diferente da rotina para a cidade do Salvador, enfrentamos em plena segunda-feira pela manhã uma paralisação de rodoviários, e foi para muitos o maior sufoco para chegar ao Colóquio ou a qualquer lugar que quisesse chegar. Como moro próximo a UNEB, deu para ir andando, também fiz a minha caminhada da semana inteira. Ufa!!!! Agora vou me deter um pouco ao que ouvi, aprendi, refletir e vivenciei no Colóquio.

II Coloquio sobre formação de educadores
Data: 15/05/2006

Jose Carlos Libâneo: “Didática e didáticas específicas da pedagogia e epistemologia”

Ao iniciar o Colóquio chamou-se do “ pensar ”, “reflexão” de cada educador. E o professor Libaneo trouxe como tema para sua fala “ Didática e didáticas específicas da pedagogia e epistemologia ”, e este diz respeito a dois interesses: o primeiro é a questão das didáticas específicas, ou seja, a didática de química, física, geografia, história, etc... E o segundo é a perspectiva de encontramos nos s cursos de graduação a disciplina didática geral e também as didáticas especificas.
Podemos dizer que este tema esta diretamente relacionado aos professores, tanto do ensino médio quanto os professores formadores da Universidade.
O papel do professor é formar sujeitos pensantes e não sujeitos sólidos. Libâneo ressaltou também que este tema tem ligação entre a pedagogia e a epistemologia.
A anos ouvimos professores das licenciaturas afirmando que para ensinar qualquer matéria basta apenas conhecer o “ conteúdo ”, outros já dizem que para aprender basta colocar o aluno com a pesquisa e neste caso as pessoas entendem que existe um processo de identidade entre o processo de ensino e o processo de iniciação científica.
Por outro lado para a pedagogia faz da didática algo normativo e prescritivo (enquanto disciplina), que cuida de procedimentos didático. Tudo isso leva um distanciamento entre o conteúdo das didáticas e os conteúdos das didáticas específicas.
Neste contexto podemos dizer que o que vemos é uma certa “ briga de braço ” entre o professor da didática específica e os pedagogos, uma vez que o professor das didáticas específicas afirmam que os pedagogos não conhecem o conteúdo específico, enquanto que os pedagogos afirmando que é o necessário é conhecer o aluno, o papel do ensino, as condições materiais favoráveis a aprendizagem, ou seja, isso vem ocasionando um dilema muito grande na formação desses professores. O fato é que o que torna-se preciso é ter uma busca de integração entre as didáticas e as didáticas específicas.
A importância desse tema torna-se crucial, uma vez que as didáticas são as principais matérias de formação de professores, porém, vale ressaltar que tanto a didática geral quanto a didática específica necessitam reavaliar seus conteúdos enquanto disciplina de formação de professores.
Então me questiono: quais seriam os principais argumentos que justificam a integração dessas didáticas? E podemos perceber que ambas as didáticas possuem como objeto de estudo o mesmo tema “ ensino ”. E este é compreendido pelo conteúdo entre “ professor e aluno ”, que de uma certa forma terminam sintetizando o conhecimento. Então nessa perspectiva entendi que a integração dessas didáticas é o “ conhecimento ”.
Portanto o ensino diz respeito ao aspecto docente do conhecimento e nas duas disciplinas as formas de ensinar diz respeito à forma de compreender. Libâneo diz que nenhum professor de didática ou das didáticas específicas pode ser um professor que se preze se este não compreender que as formas de ensinar depende da forma de aprender.
Um dos argumentos ditos para a unidade da didática e da didática específica é que o ato de aprender torna o ser como ser pensante. Aprender á ajudar o aluno a desenvolver seus próprios processos de pensamentos.
Para uma melhor compreensão dessa temática Libaneo trouxe a perspectiva da teoria histórico-cultural, com fundamento em Vygotsky, e apresentou algumas premissas dessa teoria, tais como:

  • Condicionamento histórico-social da formação humana;
  • O papel histórico-cultural e coletivo do individuo, da formação, das funções mentais superiores, expresso pela mediação cultural no processo do conhecimento;
  • O ensino como apropriação das capacidades formada historicamente e objetivada na cultura material e espiritual (atividade externa);
  • O papel central do ensino na formação do desenvolvimento mental pela interiorização (atividade interna);
  • A forma de desenvolvimento proximal;
  • As importâncias das relações intersubjetivas nas atividades de ensino e aprendizagem;

Portanto, devemos considerar que o papel da escola é ensinar a pensar, e é esse tipo de ensino que segundo Daydov que vem ajudar ao desenvolvimento mental. E Libaneo apresentou-nos uma outra perspectiva de teoria, que é a teoria do ensino desenvolvimentista, em que coloca o conhecimento como processo mental. Neste sentido, é legitimo dizer que o conhecimento esta relacionado como resultado das ações mentais que implicitamente abarcam o conhecimento, ou seja, acho que pelo que compreendi é que de modo geral o pensar por conceitos significa dominar os processos mentais. Será que confundi???Espero que não!!!! Uma coisa que Libaneo falou que me deixou muito reflexiva, é com relação ao processo de ensino, pois ele diz que o processo de ensino começa onde termina o processo de investigação, uma vez que o processo de investigação é fundamental para o processo de ensino, só que temos que verificar que eles não são as mesmas coisas. Podemos dizer que, quando o professor utiliza o processo de investigação para ensinar, este tem que considerar o que se passa na mente de cada aluno, que os seus questionamentos podem ser ou não os mesmos do cientista.Ou seja, um determinado conteúdo, passa a ser utilizado como conteúdo de conhecimento, depois que foi realizado uma pesquisa sob aquele determinado tema, e a partir daí que se inicia o processo de ensino.
Outro questionamento levantado nessa fala de Libaneo, é que nos deparamos com um mundo cheio de desafios e podemos perceber nesse contexto a estrema ligação das crianças com a televisão, com as tecnologias, os saberes e conhecimentos do mundo da comunicação e informação, a substituição da palavra pela imagem (no sentido de que a imagem sobrepõe a leitura e a escrita), contudo, querendo sim ou não tudo isso termina influenciando nosso trabalho enquanto educadores na sala de aula.
No tocante da didática, encontramos o ensino que medeia: objetivos, conteúdos, métodos, forma de organização. A primeira característica para uma “ boa didática ” é ajudar o aluno a interiorizar os modos de pensar, de raciocinar e de investigar , ou seja, nos cursos de pedagogia, é preciso aprender o básico de cada conteúdo e então a partir daí é que entra as metodologias.
Como Libâneo nos trouxe essa mega aula, e seu tempo era restrito, o final de sua conferencia ficou um pouco corrido, porém em síntese podemos dizer que o mesmo ressaltou que cada professor precisa organizar os conceitos e estudar esses conceitos para que tornemos nossos alunos seres pensantes.Desta forma, precisamos saber qual o objeto de estudo de cada disciplina (história, português, matemática, geografia,etc)e seus métodos de investigação, para que possamos ajudar o aluno a pensar e investigar também. A didática então serve para ajudar os professores a se preparar de forma competente para formar alunos como sujeitos pensantes e críticos.
E então Libâneo coloca alguns pontos essenciais: o saber, o saber o conteúdo, o saber como se ensina, isto é como eu ajudo o aluno a pensar a raciocinar de acordo com o método da disciplina (historia, geografia, português), saber quem é este aluno que estamos ensinando e saber qual seu contexto sociocultural e como esse contexto influi na aprendizagem, como esse contexto pode ser modificado.
Portanto, o desafio é muito grande e temos que nos questionar sempre como ajudar esse aluno em um mundo de constante mudança. E aí ele enfatiza que não é necessário fazer apenas o aluno ter o conhecimento pautado no método de memorizar “ decorar ” e sim fazer este aluno um sujeito critico e que saiba pensar e questionar, ou seja, a busca de uma qualidade de ensino cuja tônica é ajudar o aluno a pensar e desenvolver sua capacidade de pensamento.
Desta forma, a fala de Libaneo enalteceu o professor a colocar o aluno como ser pensante e critico. O discurso dele valoriza o desenvolvimento mental de cada aluno.

Profº Roberto Sidnei (UFBA):Educação do Professor e estado da arte no PPGE-FACED-UFBA

Este trabalho vai de encontro a algo que inquietou: que ao caminhar na pesquisa implica naquilo que é o pensar e qual o interesse do professor enquanto pesquisa.
Então Sidnei em sua fala diz que havia uma preocupação nas primeiras pesquisas com relação a pesquisar temas relativos ao professor sem tocar na sua vida profissional, ou seja, o professor estava limitado ao saber técnico. Assim, podemos dizer que essas pesquisas abordavam um professor que enfatizava seu conteúdo especifico, em que essas primeiras pesquisas era contaminada pelo viés disciplinar.
Isso teve como conseqüência a compreensão do professor para além do campo do saber, um ser que domina a técnica e o conteúdo. As questões relativas a educações prevêem que sejam construídas a partir de suas implicações políticas, sociais, etc... E este fato não estava presente nessas primeiras pesquisas. Uma vez que as pesquisas estavam enviesadas e contaminadas por uma ética, e segundo Sidnei a conseqüência disto é que quase que fechava a possibilidade do professor enquanto ser político e cultural.
A partir dessa discussão e a partir da hermenêutica crítica, esse caminho vai se desvelando da simplificação a complexidade. Neste sentido que é construído as noções subsunçoras, ou seja, noções organizadora e acolhedora. Com pesquisas que mostram compreender o interesse do professor.
Neste contexto da pesquisa Sidnei traz a perspectiva do processo identitário, em que à medida que a pesquisa foi se aproximando dos temas contemporâneos, existia um interesse nas pesquisas de professores de descobrir sua própria identidade.
Outros pontos abordado foi a questão da formação continuada, a criticidade e implicações, no sentido de um criticidade maior do professor, enquanto este passa a ser uma nova classe proletariado. Trouxe também a questão da mediação cultural, numa perspectiva de encontrar o professor debatendo suas vinculações. O que mais chamou minha atenção nesses pontos abordados por Sidnei é que essas questões levantadas passam a ser algo de tensão, pois imaginar que o professor tem que lidar com algo como: falta de gênero dentro da escola, o debate étnicos-racias, as violências, etc, são temas que passam a ser pautas presentes nas pesquisas.

Profª Solange Santos UEFS/NUFOP:A pesquisa sobre formação docente na UEFS

A UEFS tem sua trajetória relacionada à formação do professor em que esta inicia com curso de formação do professor. E a Universidade sendo um pólo de formação para as cidades circunvizinha, a principio só desenvolvia trabalho de ensino e extensão. Tudo que era desenvolvido de novas possibilidades de aprendizagem estava voltado para um currículo bem técnico de ensino/estágio.
Como havia a falta de pesquisa, a Universidade passou a ter esta necessidade de desenvolver pesquisa. Para tal, a universidade precisou capacitar seus professores, pois não tinha um numero suficiente de doutores para orientação, e depois que eles começaram a pensar em linhas de pesquisas.
O momento atual a UEFS ainda não possui uma pós-graduação voltada para linha de pesquisa, pela preocupação inicial da universidade que é a formação.
No primeiro momento, no final de 1995, a Universidade começou a rever seu currículo nas licenciaturas, saindo de um campo mais tecnicista para um currículo mais reflexivo. E nesse currículo proposto, tornou-se preciso incluir a questões tais como: a informação, o impacto do mundo cientifico e por ultimo a internacionalização da economia.
Esses fatores implicam em novos horizontes para a formação de profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Vale ressaltar que a formação não se esgota na formação inicial, devendo prosseguir ao longo da carreira, de maneira coerente e integrada, respondendo as necessidades.
As linhas de pesquisa de formação de docente passaram a apresentar caminhos de pesquisas a partir do trabalho que se desenvolvia na linha de extensão. No momento o núcleo trabalha com quatro ações: descrevendo (descrevendo tudo que esta fazendo), informar (tudo que se faz), confrontar (todos os caminhos até se chegar até aqui) e reconstruir (redefinição da linha de pesquisa). Para tal, utiliza a vertente de leituras voltadas para experiência afins que possam subsidiar a condição de pesquisa, depois atualização de dados e indicadores regionais e a terceira vertente de suporte teórico-metodológico da pesquisa. Essas vertentes buscam romper com antigos padrões estabelecidos.
A atual conjuntura exige uma formação que favoreça os domínios teórico-práticos imprescindíveis às vivencias do mundo contemporâneo.
Em síntese posso destacar que a UEFS passou a desenvolver um núcleo de pesquisa com base nas experiências da extensão. Esta atividade é algo novo dentro dessa instituição.

Profª Cristina d’Ávila (UNEB)

A professora Cristina d’Ávila vem trazendo nessa perspectiva de pesquisa sobre formação docente na Bahia, a problemática de “ quem é que educa o educador ? ” E então ela traz um resumo dessa mesa, em que foi apresentado para debate como é a funcionalidade dessas linhas de pesquisas dentro dessas três instituições (UNEB. UEFS E UFBA). O que destaco nessa mesa que foi mais uma descrição e esclarecimento de cada grupo de pesquisa, enquanto campo de atuação e currículo.
Nesses três programas o que mais chamou minha atenção foi quando Cristina explicitou a linha de pesquisa da Uneb com o temática das “ TICs uma interface com a formação prática docente ” e então foi detalhado essa linha de pesquisa. Esta pesquisa trás a perspectiva das TICs não como ferramenta de ensino, e sim como interface com vertente transformadora, abordando a questão da EAD, do uso dos blogs, de lista de discussão, etc...

Data 16/05/2006
Segundo dia de Colóquio, este dia posso dizer que foi mais tranqüilo chegar a Uneb, não enfrentamos tantas dificuldades quanto no dia anterior. Só fiquei um pouco sentida, pois nesse dia só pude participar das discussões da tarde, pois pela manhã tive que fazer uma visita a uma instituição para o trabalho da disciplina de educação especial. Más valeu!!!! Os trabalhos dessa tarde iniciou com uma mesa de discussão com o tema: arte,ludicidade e formação de professores

Profº Roberto Rabello (UFBA):Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é:

Rabello traz a princípio a idéia de tentar fazer uma ligação entre a crise da modernidade e a formação de professores passando pela arte e ludicidade.Nesse sentido este coloca que a crise da modernidade é conhecida em função do cartecionismo, ou seja, começa haver uma dicotomia corpo-mente. O desequilibro entre agir, pensar e o sentir. Esse desequilíbrio separa as diferentes maneiras do homem em que ele pensa, porém não vive aquilo que pensa. A idéia é que o mundo esta se desencontrando e esse desencontro está atingindo a sociedade, a escola e por fim o professor.
Rabello chama atenção sobre a “ delícia ” de ser professor, que este por lidar com “ gente ”, com o conhecimento, ou seja, lida com pessoas para construir o conhecimento. No desencanto o professor sofre um certo desequilibro, na medida que este não está fazendo suas atividades com todo encanto. E a sociedade vem desqualificando o professor, seja por intermédio do baixo salário, seja pelo seu próprio trabalho, por outro lado esta mesma sociedade coloca o professor como os males de toda a educação. Assim o professor necessita cada vez mais assumir novas competências na educação.
Deixando-o temeroso de não conseguir atingir essas competências. Este professor necessita de uma relação afetiva com o aluno e por conta de tudo isso este termina adoecendo, o que a sociedade chama de “ problema de junta ” que na verdade é síndrome de Bournout (aquilo que deixa de funcionar).E então o começa a ter um mal-estar por está vivendo com situações adversas e com isso ela passa a ter um mal-estar profissional.
Este por sua vez começa a perder a vontade de ser professor. Luckesi vê a ludicidade como estado de espírito, uma vivencia plena. Ao se entregar de corpo e alma o sujeito tem a possibilidade de resgate de si mesmo.
Na dimensão estética Duarte Junior diz que a educação possui esta dimensão: levando o educando a criar os sentidos e valores fundamentais, sua ação no ambiente cultural, de modo que haja coerência, harmonia entre o sentir, o pensar e o fazer.
Por outro lado Rabello diz que a formação do professor em função de nossa herança iluminista ao invés de se preocupar em “ ser ” mais, ele passa a se preocupar em “ ter ” mais (esse ter esta relacionado a ter mais conteúdo, ter conhecimento, etc). Com essa responsabilidade de ter todo conhecimento do mundo, este professor passa a sofrer com isso.
Se for realizada uma comparação coma a arte, a arte tem um papel restaurador. A arte permite a transformação com a experiência interior do ser humano. E então as atividades do lúdico e da arte possibilitam o desenvolvimento do homem.

Profª Maria Jose Etelvina (GEPEL/UFBA)

Em sua fala a professora Etelvina traz o trabalho do GEPEL (Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Ludicidade). Então, esta ressalta que uma das grandes reclamações dos professores estar relacionado à indisciplina, violência e agressão em sala de aula. E em parceria com o Professor Luckesi, esta professora desenvolveu sua pesquisa sobre a ludicidade na escola.
No primeiro momento a pesquisa estava direcionada a observação do professor em sala de aula, no segundo momento foi realizado entrevistas com estes professores, pais e alunos e no terceiro momento foi realizado testes para verificar os estado emocional dos alunos e professores.
Nessa pesquisa o que ficou evidente quanto a atividades lúdicas é que o professor considera que ao desenvolver tais atividades poderia gerar uma bagunça e que os estudantes não sabem se comportar. Com isso o professor espera um estudante pronto, ou seja," um produto completo ”. Um segundo ponto a destacar quanto a essa pesquisa foi com relação à resistência do ambiente escolar de falar e lidar com questões emocionais. Uma vez que isto não era função da escola em trabalhar com as questões emocionais e sim isto é responsabilidade dos pais educar emocionalmente. O terceiro ponto é que evidencia-se nessa pesquisa a expectativa dos perfis de estudantes dentro da sala de aula, uma vez que esperavam por um estudante educado, resolvido, bonzinho e sem dificuldades de aprendizagem. Por ultimo nessa perspectiva da pesquisa esta relacionada que na formação dos educadores, que em seus estudos não contemplam a ludicidade como recurso de prática educativa, portanto fica mais difícil fazer qualquer tipo de cobrança ao professor quanto a ludicidade uma vez que ele não teve isso na sua formação.
O que ficou muito claro nessa pesquisa é o paradigma educacional sendo fragmentado, dividido, racionalista, linear e centrado na figura do professor, em sua autoridade e na transmissão de conteúdo. Com isso o modelo instituído, internalizado que o professor dispõe é que o lúdico não é algo sério e que " perturba " o fazer pedagógico.
Outro fator determinante é que em muitos casos o professor não teve a vivência lúdica na sua infância, portanto dificulta ainda mais a adesão e compreensão da importância do lúdico para a formação do ser.
Podemos destacar também que na escola não conseguimos separar o lúdico (o lazer) do dever (obrigação). Contudo, podemos dizer que formar a ludicidade no professor não é algo simples como parece, uma vez que demanda sensibilidade, entrega e postura “ atitude lúdica de quem ensina ”, ou seja, exige mudança interna.
Trata-se de formar novas atitudes e isso não é muito simples, pois implica romper paradigmas, padrão, transcender aquilo que já esta instituído. E que as escolas tradicionais estão centradas na transmissão de conteúdos e não comporta um modelo lúdico, ou seja, a questão é o controle.
Então nos deparamos com essas atitudes não sendo estimulada na formação do professor, ao contrário o “ novo assusta ”, ou seja, o desconhecido e o novo causam muito medo por parte do professor.
Portanto podemos concluir dizendo que no lúdico o mais importante é a maneira que esta sendo vivenciado e a reflexão de o porque esta sendo utilizado e não apenas o “ usar por usar ".

Prof Sergio Farias (UFBA)
Em seu discurso o Professor Farias faz o questionamento de " quais os componentes curriculares importantes para a formação do professor ? ” Ou seja , o detalhe é saber quais os elementos importantes para estar presentes na formação do professor. É ter conhecimento de o que o professor faz, para quem ele faz e como ele faz ...
Nessa perspectiva o professor percebe que cada aula é uma encenação, e que ele tem o público, um roteiro, um grau de improvisação. Então este se percebe um encenador, uma vez que o teatro tem nos ensinado muitos elementos que colocamos em cena para obter conhecimento.Assim este professor enquanto ator de uma cena terá como objetivo a construção de conhecimento.
Um ponto a destacar é que um dos mitos criados na educação é que “ o professor não deve transmitir conteúdos. ” Então me questiono: porque o não “ transmitir conteúdo ? ”O problema ao meu ver é ficar apenas nisso, apenas na transmissão, torna-se necessário que a aula possa estimular o aluno a desenvolver curiosidade, ou seja, o educador precisa ter um equilíbrio entre a transmissão de conteúdo e a criatividade. Nesse sentido o professor precisa também estar aberto a escutar e ter propostas a serem utilizadas junto a sua criatividade.
Temos que levar em conta também o nível de complexidade do processo educativo , em que o professor não se concentre na razão e os alunos possam construir conhecimento em todas as áreas do saber.
No processo educativo, existe também por parte dos professores a preocupação quanto a " avaliação ", sendo preciso ter uma avaliação continua e formativa e dando subsídio ao aluno de criar conhecimento e progredir. Temos que ressaltar também a questão da pesquisa, em que esta deve sempre estar presente no ambiente do processo educativo como um todo, e também na formação do educador.
Então Sergio Farias, vem ressaltar que não existe processo sem produto, ou seja, processo e produto tem uma inter-relação de qualidade. Neste sentido é que se constrói no coletivo (no caso o produto).
Nesse sentido Farias trouxe vários pontos que estão inter-relacionados a questão da formação do professor e o processo educativo, tais como:
  • As diferenças vivenciadas em sala de aula, uma vez que podemos observar em sala de aula é uma certa neutralidade, não existe discussão, logo precisa ser pensado o fato de se trabalhar as tensões em nível de singularidade.
  • Outro aspecto é o chamado “ jogo de cintura ”, na medida que enquanto professores deixamos de fazer o que deve ser feito, e então terminamos atendendo a interesses de quem tem interesse que a educação não se desenvolva.
  • Podemos chamar a atenção para o fato da nossa capacidade de síntese, pois com tanta informação os educadores passam a ter a tarefa de trabalhar com esse excesso buscando uma síntese. Uma vez que é algo que não estamos acostumados a realizar e isso torna-se muito complexo para o educador enquanto formação. Logo torna-se preciso esse educador ter a capacidade de reflexão através de toda essa “ inundação ” de informação.
  • É importante também nesse contexto transitar nas diversas áreas do saber e articular a descriminação e generalização no processo do conhecimento.
  • E por ultimo é preciso saber ouvir, concentrar-se e aprender a dar a palavra, e isso não só para quem trabalha com a ludicidade mais para um todo.
Esses pontos destacados seriam os componentes curriculares importantes para compor o roteiro dramático que nós educadores temos para assim construir conhecimento.

Profª Mirian Grinspun (UERJ):Juventude e subjetividade: ressignificando uma relação*

Grinspun apresenta a juventude como algo cultural, e em seu trabalho inicia com o conceito de juventude, ou seja, o que realmente representa a juventude. Quanto à subjetividade, Grinspun diz que o sujeito é construído no dia-dia. Um conhecimento que vai muito além do que formar o aluno apenas para passar no vestibular. Desta forma a complexidade ocorre com uma dificuldade de caracterizar a cada momento. E nesse contexto da complexidade nos deparamos na conteporanedade com um eixo a “ tecnologia ”.
Portanto para a educação é necessário trabalhar a subjetividade, criando espaço para que o sujeito possa construir seu mundo de reflexão e de complexidade. Pois o que vemos é que a complexidade do mundo é muito maior que as teorias que vemos na Universidade. O mundo é feito de razão, emoção, de aplausos, de sofrimento e tudo isso aprende-se em que lugar??? De que maneira a subjetividade pode ser trabalhada e construído de modo que eu tenha um sujeito que aprenda a pensar?

Data 17/05/2006

Terceiro e ultimo dia do colóquio, foram dias maravilhosos, de muita reflexão...De poder aprender muito com essas feras da educação...Hoje nos dá uma sensação de despedida e de quero mais...

Profª Lynn Alves (UNEB/FJA):Formar para integrar: Interdisciplinaridade, transdiciplinaridade, aprendizagem em rede e formação docente.

O processo de formação de professores vem se construindo em diferentes abordagens, porém o processo centra-se na multidisciplinaridade. Outro ponto levantado é o fato de pensar esse processo como auto aprendizagem, desta forma estamos resgatando um processo de behaviorista e multidisciplinar.
Ao fazer uma retrospectiva histórica, encontramos a partir da década de 80 que a discussão centra-se na formação numa perspectiva interdisciplinar, e isso não quer dizer sobrepor uma coisa sobre a outra. Pensar em educação na formação inicial através da formação permanente sem chamar o sujeito para discutir e refletir sobre aquilo que esta estudando, não dará muito certo. Uma vez que este professor não oferece “ tempo ” para estudar, discutir, refletir a respeito desse processo.
Outra idéia trazida por Lynn quanto à formação é a transdiciplinaridade, que de uma certa forma esta associada a transcender, romper barreiras imagináveis que separa as barreiras do conhecimento, porém tal fato esta centrado na palavra disciplina.
Outra prática na formação é a multirreferencialidade, em que abre diferentes olhares, considerando a subjetividade de cada sujeito. Nesse contexto de discussão a preocupação é saber como é que o aluno aprende, porém não temos uma discussão de como os professores aprendem.
Para que qualquer processo de aprendizagem funcione é preciso saber de qual forma esse processo se estabelece. E ao pensar no processo de aprendizagem dos professores temos que pensar nesse processo em rede. Temos que considerar que a estrutura de nosso pensamento já é uma rede, apesar de termos aprendidos ao longo de nossa vida, o conhecimento compartilhado.
Nesse sentido podemos considerar também a inteligência coletiva que é algo construído coletivamente seja no espaço virtual ou no espaço presencial. Essa inteligência esta baseada em Pierre Levy de que “ ninguem sabe tudo,cada um tem um saber e todo saber esta disponível ”.
Ao destacar a aprendizagem em rede Lynn chama a atenção para o fato dessa aprendizagem instaurar processos de colaboração e cooperação, e a diferença desses dois termos é que a cooperação está associada ao desempenho de tarefas em grupo com um único objeto, uma comunicação unidirecional. Existe o objetivo comum em que delega–se os papeis. Quanto a colaboração a construção é conjunta e negociada. Todos juntos constroem algo sobre aquele objeto e continua a descentralidade.
Dentro dessa perspectiva pensar no processo de formação numa aprendizagem em rede é ter essa teia de pessoas que constroem coletivamente. Essa aprendizagem ocorre em comunhão que vai alem da colaboração, cooperação, na autonomia. É pensar que mesmo enquanto professor ou aluno estamos sempre no processo de aprendizagem.

Cristina Ximenes e Kathia Aquino:Formação de professores de história: Um estudo com os egressos do Departamento de Ciências Humanas (DCH) – Campus V/UNEB.

A Uneb tem em sua história e tradição a formação de professores. O grande questionamento nessa pesquisa foi saber qual é o tipo de professor que a Uneb esta formando . Uma vez que esta instituição forma professores em todas as licenciaturas.
A Universidade forma , coloca no mercado de trabalho e não acompanha o desempenho profissional de seus egressos (concluintes), então a pesquisa desenvolvida pelas professoras Cristina e Kathia procura fazer um acompanhamento desses egressos.
Portanto o objetivo dessa pesquisa esta relacionada à prática pedagógica dos docentes egressos, e o foco esta no curso de história. Com os concluintes da licenciatura de História de 1998 -2003, que se encontram na regência da disciplina para qual são licenciados, e trabalham em escolas públicas da região.
Além disso, também foi realizado pesquisas com os alunos desses docentes, para saber como esses alunos estavam vendo a prática pedagógica desses egressos.Dentro desses questionários foram realizadas perguntas que relevam questões discutidas dentro do ensino de história.
Um ponto que chamou minha atenção nessa pesquisa é que nos anos de 1998-2003 existia um tipo de currículo adotado pela Uneb para a licenciatura de história , que constituía: nos três primeiros anos trabalhava com o conhecimento e conteúdo de história e pontualmente nas discussões das disciplinas ditas pedagógicas: didática, psicologia, filosofia, etc e o ultimo ano que voltava mais para a prática. A partir de 2004 esse currículo houve alteração, por esse motivo a pesquisa não trabalha com esses novos egressos.
O primeiro ponto observado nessa pesquisa é que esses professores egressos consideram a aula expositiva importantíssima para a sua prática docente de história. E um ponto que posso destacar nessa pesquisa é que foi identificado um distanciamento muito grande diante daquilo que foi visto a faculdade e a vivencia em sala de aula de cada egresso.

Profª Rosineide Garcia (PPGE/FACED/UFBA): Projeto Político Pedagógico um instrumento de gestão que ratifica a identidade e a autonomia pedagógica na escola.

Nessa pesquisa a Professora Rosi vem trazendo a problemática do PPP. Na sua fala esta trouxe um resumo histórico até chegar a implementação do PPP, e destacou que entro desse grande “ bem “ na elaboração do PPP, o que pode observar é que as escolas procuravam ter o seu PPP por que a Lei (LDB) cobrava esse documento na escola.
Portanto, nesse processo de implantação do PPP não houve tempo para pensar, refletir como seria feito, para que se faz e qual a grande importância do PPP.
O que pude entender e perceber quanto ao PPP, é que foi algo implantando sem a reflexão dos principais interessados nesse processo, uma vez que o PPP é a própria identidade da escola e daqueles que a compõe. O PPP pela obrigação da lei passou a ser algo padronizado, copiado, plagiado e sem reflexão e discussão.A linha de pesquisa da Professora Rosi ainda esta em processo de construções, más pareceu ser uma boa pesquisa com uma boa problemática.

Formação do/a educador/a : Representações, saberes e memórias.
Profª Marinalva Lopes (UEFS.

A Professora Marinalva em sua fala faz uma análise das representações práticas educativas dos docentes dos cursos de licenciatura da UEFS. Desta forma, podemos destacar que nesse momento atual, em que a discussão esta centrada na formação dos professores em resignificar sua prática, que muito se fala da formação do professor do ensino fundamental, médio e pouco se fala da formação do professor de nível superior (professor Universitário).
A grande preocupação era saber qual a representação que os professores universitários tinham com relação a sua prática educativa. Assim, o objetivo dessa pesquisa da professora Marinalva é conhecer os modelos de práticas educativas que emergiram das representações desses professores.
O quadro conceitual (teórico), estava buscando saber se as práticas desses professores eram mais conservadoras ou mais emergentes. E os sujeitos dessa pesquisa foram os professores que trabalham no campus da UEFS. Quanto à coleta de dados estava baseada em duas técnicas:

  • Associação livre de palavras - evocação dos termos e expressões a “ prática educativa “.
  • Questionário escala Likert: questões fechadas sobre a dimensão do ensino, aprendizagem, avaliação e o papel do professor.
O resultado dessa pesquisa mostra que 82% dos professores se colocaram com o ensino uma prática emergente, com o aluno um seu ativo produtor do conhecimento.

Profº Eliseu Souza (UNEB): Memória, auto- biografia e formação.

Eliseu procurou sistematizar aspectos relacionados entre a docência , memória e gênero a partir de uma epistemologia compreensiva. Quando pensamos na memória é necessário compreender a arte de lembrar, ou seja, um processo de recuperação do eu, da memória narrativa marcar um olhar sobre si em diferentes tempos e espaço. Nesse colóquio o que chamou muito minha atenção é que a maioria dos professores que estavam nas mesas de discussão, trouxe como referencial teórico “ _ Antonio Nóvoa_ “, que particularmente não conhecia...Más que deixou a curiosidade em saber mais sobre esse autor!!!!

Recordar a própria vida é fundamental para nosso sentimento de identidade, continuar lidando com as lembranças ” (Tompson)

Prof Lurdes Ornellas (UNEB).
A professora Lurdinha destacou que no momento que nos propusermos a escrever, terá sempre um leitor a questionar e indagar aquilo que fizemos.Então esta traz a problemática da fala e da escuta dentro da sala de aula, que de uma certa forma se entrelaçam.
Em seu estudo Lurdinha procurou analisar e compreender os discursos da fala e da escuta dentro do ambiente sala de aula.

Profª Ilma Veiga: Identidade e profissionalização docente

A professora Ilma aborda a princípio a questão da profissão, afirmando que profissão é uma palavra de construção social, com isso a profissão se constrói a partir do coletivo.
A profissão de modo geral exige um conhecimento específico, existe um prestígio social e um controle de qualidade (os conselhos). A construção da profissão docente tem que ser uma construção nossa e não pode ser algo copiado de outra profissão. Ou seja, sendo a profissão um contexto social, não podemos transferir a especificidade de uma outra profissão para a profissão docente.
Encontramos muitos autores, afirmando que a profissão docente exige a formação em nível superior, e este fato é para que possa garantir a profissionalização que já possui as demais profissões.
Nesse sentido, Ilma apresenta a necessidade da formação do docente enquanto nível superior, para que este também tenha um prestígio social. Nessa perspectiva atualmente temos duas linhas orientadoras: a primeira é uma visão burocrática na aceitação da hierarquia e a segunda é a profissão docente dentro da visão de aceitação e da superação dos desafios. Esses dois caminhos determinam a concepção da profissão docente.
Então podemos associar essa questão com o evento (II Colóquio de formação de Professores) em que traz uma proposta de formação continuada frente às linhas de pesquisas. Contudo, a formação docente está tanto para a formação inicial quanto na formação continuada. A docência nunca pára de estudar, pois senão o docente paralisa e então tem uma paralisia paradigmática.Nesse sentido temos condicionantes que desqualificam a profissão docente, uma vez que encontramos vários cursos de forma aligeirada.
Outro ponto destacado nessa conferência com a professora Ilma, foi a ausência de sistematização de uma ética, para a profissão docente. Uma vez que esta profissão exige um código de ética, um salário digno, uma carteira de trabalho devidamente assinada. Essa ética define os direitos e deveres dos professores.
Também foi ressaltadas a questão da condição de trabalho, carreira e remuneração, pois atualmente vemos no Brasil condições precárias de trabalho. E encontramos também uma profissionalização de forma homogênea, quando sabemos que lidamos com sujeitos diversos e com relações diferentes.
Na composição do grupo social, encontramos um predomínio da feminização dentro de nossa profissão, no entanto quando nos reportamos para a reitoria, para o próprio ministério da educação, o que encontramos é a figura do “ homem " e poucas mulheres no poder.
Outro condicionante é que em primeiro lugar esta a burocratização (com uma divisão de trabalho entre “ quem pensa e quem realiza “ o trabalho). Outra questão á a intensificação do trabalho com a exploração do trabalho docente.
Temos que considerar que o que vemos é uma carreira que não verticaliza a ascensão do professor em nível de formação e sim encontramos uma carreira horizontal. Além disso, é perceptível uma colonização de controle, em que o professor é um colono que tem que obedecer com um controle de tempo e de tudo que ele deva realizar (esse fato é mais perpetuado em instituições privadas).
Ilma Passos, expressou também a necessidade da criação de um Conselho Profissional para o magistério e apresenta alguns argumentos para tal fato, dentre estes:

  1. Proteção dos interesses do público – seu usuário.
  2. Questionar os mecanismos e dispositivos do sistema educativo, uma vez que não são suficientes para assegurar a profissionalização.
  3. O Conselho tem a função complementar e sua existência é compatível com o sindicalismo.
  4. A profissionalização aumenta quando uma profissão, as regras prescritas cedem lugar à orientação ética.
  5. Revitalizar e mobilizar os profissionais locais do trabalho.
  6. Necessidade de controlar o exercício da profissão nas fases preventivas.

Ilma apresenta essas idéias baseadas nos profissionais que já possuem um conselho, tal como a OAB.Por outro lado, existe por parte de muitos educadores um posicionamento contrário a criação do conselho, e utilizam como argumentos: que esse conselho duplicaria a ação sindical, geraria uma nova estrutura, ou seja, uma instância suplementar de controle e fiscalização (vigiar e punir). Também tem a questão do risco de fragmentação da categoria sob ótica das varias especialidades, a ética profissional surge associada à existência de código. O que ficou evidente é que com o Conselho ou sem o Conselho, torna-se necessário construir uma ética profissional da docência.
Contudo, nos questionamos o que é a identidade do profissional professor? E no discurso de Ilma, podemos concluir que: “ É o ser de estar na profissão e o espaço de construção da maneira de ser e estar nessa profissão. A identidade perpassa por toda vida profissional, desde a escolha profissional passando pela formação inicial e pelos diferentes espaços onde desenvolve a profissão. É construída sobre os saberes profissionais e sobre atribuições de ordem ética e deontológica

Participação do seminário: Egocentrismo e Descentramento - Faced, 25 de maio de 2006

por Evelyn Macedo,Janaina Lima,Taiane Bernardes,Thaís Gomes

Na quinta-feira dia 25 de Maio de 2006, a equipe participou do evento que aconteceu na Faced com a Drª Tânia Beatriz Iawaszko Marques (UFRGS) e Dr Marcelo Pereira (UEMG).
O Evento foi relevante para os que ali estiveram presentes, a professora Tânia nos falou sobre sua tese, que foi construida a partir da investigação feita com alguns professores de diferentes áreas. Foi possivel percebemos que quando estamos no papel do educador, muitas vezes temos atitudes egocenticas em sala de aula,como bem colocou Tânia "Temos que pensar neles a partir deles e não a partir de nós".
Um dos pontos que chamou a nossa atenção foi quando a professora Tânia colocou a questão do espaço da sala de aula, que a maioria dos professores se movimenta num espaço restrito parecendo haver uma linha imaginária que separa a sala em dois territórios: o do professor e o do aluno onde um não ultrapassa o território do outro,o que pode também restringir o conhecimento e as trocas de experiências.
Outro ponto importante é como os professores veêm a questão da falta de participação do aluno , esta é vista como sendo culpa do próprio aluno, quando muitas vezes os responsaveis são os professores.
Ao abordar o aluno com uma postura intimidante ou quando não dá o tempo adequado ao educando para ele responder as questões a respeito do conteúdo, os docentes empobrecem suas aulas. Tânia mostrou que é preciso um envolvimento do aluno com a aula e, um respeito ao tempo do aluno em formular suas respostas, pois o que está em jogo é o aprendizado do aluno e não simplismente "Aula ir para frente é passar o conteúdo" como afirmou um professor.
Alguns dos professores que assumem uma postura intimidante o faz por ser visto como um Deus; seres perfeitos que não cometem erros, por serem idolatrados, porém" os bons professores não existem" os professors são passiveis de errar assim como todos os outros.Todos precisamos de alguém que nos conduza e nos guie, nós mestres por mais completos que queremos ser, sempre estaremos em falta e diante de tal situação não sabemos como agir, sofremos muito com o desgaste das instituições a que estamos ligados (Estado, escola, etc) devido a isso criamos uma impostura, o dr Marcelo cita um exemplo muitos interessante, onde uma professora que estava em uma boate usando trajes mais ousados e ao encontrar um dos seus alunos foi repreendida "professora a senhora..."
O que está acontecendo com o professor é um desgaste do mestre.

-- AlessandraPicanco - 24 Apr 2006

Edit | Attach | Print version | History: r14 < r13 < r12 < r11 < r10 | Backlinks | Raw View | Raw edit | More topic actions...
Topic revision: r13 - 30 Jun 2006 - 16:53:05 - JoseildaSampaioDeSouza?
 
This site is powered by the TWiki collaboration platformCopyright &© by the contributing authors. All material on this collaboration platform is the property of the contributing authors.
Ideas, requests, problems regarding TWiki? Send feedback