Introdução

Ao longo dos últimos anos tenho me dedicado a investigar os desafios postos para a educação a partir da presença generalizada das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Mais uma vez, vemos a presença de tecnologias no universo da educação - que alguns ainda insistem em denominar de tecnologias educacionais! -, que estão associadas às modificações radicais que se estabeleceram a partir da primeira metade do século passado na forma como se produz conhecimentos, conceitos, valores, saberes e de de como as relações entre as pessoas e as máquinas se estabelecem, impulsionados pela (oni)presença das tecnologias da informação e comunicação. Vivemos a chamada sociedade em rede (CASTELLS, ), estejamos ou não conectados a computadores e à internet.

A modernidade liquida, como define o sociólogo Zygmunt Baumann, está impregnada de valores que a diferenciam de forma contundente dos períodos anteriores. Nessa condição, longe e tarde, assim como perto e cedo, significam quase a mesma coisa. Modificam-se as relações tempo e espaço e, com isso, melhor trafegamos da modernidade pesada à modernidade leve, como diz Baumann. A narrativa desta sociedade em transformação perpassa uma rede semântica em que se reconhecem dois fatores imprescindíveis. O primeiro fator é reconhecer o crescimento do ciberespaço e a influência da cultura do computador na vida familiar, social, econômica, política e educacional. É estar atento para as (in)conseqüências que a cultura digital tem provocado na nova geração de crianças, adolescentes e jovens que se (in)formam excitados para interagirem colaborativamente com ambientes e formatos novos de tecnologias inteligentes, como denomina Pierre Lévy, com diferenças e divergências consideráveis dos meios de comunicação convencionais. Jovens que pertencem ao que chamamos de "geração Alt+Tab", numa alusão às duas teclinhas do computador que permitem que, tendo várias janelas abertas, o navegante possa pular de uma para outra num simples clique, coisa que a meninada faz sem um piscar de olhos. O outro fator que nos ajuda entender a situação da sociedade atual, é perceber que a nossa relação com os objetos maquínicos digitais forjam novos canais de sociabilidades e inteligibilidades, desafiando-nos a pensar intensamente a vida cotidiana e, o que é mais importante, não nos contentando com as soluções lineares e muito menos as simples. Vivemos a complexidade cotidianamente!

No campo da educação, formulamos a idéia de que a incorporação destas tecnologias não pode se dar meramente como ferramentas adicionais, complementares, animadores dos tradicionais processos de ensinar e de aprender, mas que necessitam ser compreendidos como elementos fundamentais das transformações que estamos vivendo (PRETTO, 1986). Ampliando esta perspectiva inicial, nossas pesquisas foram nos possibilitando compreender que a chamada globalização tem introduzido significativos desafios para a educação e para todo o sistema educacional em função das possibilidades de articulação que são oferecidas exatamente por esses meios tecnológicos de informação e comunicação só que numa outra perspectiva que não as advindas da considerada por muitos como a inexorável globalização econômica, quem tem interferido de forma contundente nas políticas orientadas pelos organismos multilaterias como o Banco Mundial para o setor educacional para os países da América Latina.

Hoje, os movimentos antiglobalização ganham uma dimensão fundamental, principalmente porque, de um lado, há um terrorismo de alto valor agregado1, como vimos no 11 de setembro de 2003 (???) em Nova Iorque e, de outro, a partir dos grandes movimentos de protesto que tomaram as praças em várias partes do planeta, desde 1998, mostrando que um outro mundo é possível. Atílio Boron, professor da Universidade de Buenos Aires, que tem se destacado nos estudos e manifestações contra a perspectiva inexorável do capitalismo. Para ele, a discussão sobre o capitalismo, desapareceu da agenda pública mundial porque ela é considerada, e este é o maior triunfo ideológico do neoliberalismo, como um fenômeno natural, como a cristalização de tendências inatas, aquisitivas e possessivas da espécie humana, e não como uma criação histórica de classes e agentes sociais concretos movidos por seus interesses fundamentais.. Em outras palavras, a idéia que nos é (im)posta pelo sistema capitalista de que não existem outras alternativas a ele. As mobilizações contrárias à essa visão única de mundo capitaneada pela economia! induz a pensarmos no mercado como sendo o grande legitimador de tudo e isso tem nos levado a viver uma nova grande guerra, como afirma Alvin Toffler, que coloca em confronto as Organizações Não Governamentais (ONGs), como a ABONG [http://www.abong.org.br], a Attac [http://www.attac.org/], o Greenpeace [http://www.greenpeace.org], a Ação-educativa [http://www.acaoeducativa.org], entre tantas outras mundo afora, e as chamadas Organizações Intergovernamentais (ING), como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, entre outros.

Esse confronto tem se materializado da forma simbólica quando da realização dos Fóruns Social Mundial de Porto Alegre [http://www.forumsocialmundial.org], desde o ano de 2001, na mesma época que acontece, em Davos, na Suíça, a reunião da Organização Mundial do Comércio. No fundo, essa nova guerra é uma discussão sobre essa perspectiva adotada a partir de uma globalização centrada, única e exclusivamente, na lógica de mercado, de um mercado legitimador de todos os processos.

Do ponto de vista educacional, isso é dramático porque considera os processos educacionais tão somente como responsáveis pela formação de um cidadão, a partir de um conceito partido de cidadania. Cidadania, nessa perspectiva dominante, passa a ser confundida com o conceito de direito de consumidor. Enfim, vivemos em um tempo histórico em que a cidadania foi reduzida ao mero direito do consumidor! O conceito de cidadania precisa, portanto, ser re-inventado para podermos compreender que formar um cidadão é muito mais do que direito ao consumo. Pode até conter a perspectiva do consumidor, mas como um elemento menor de um conceito muito mais amplo. Cidadania é espaço de enriquecimento da formação do ser, espaço do homem e da mulher produtores de culturas, de conhecimentos, de bens, não se limitando, portanto, à (mera?!) preparação de um melhor consumidor. E aí, a própria perspectiva de consumidor se amplia (amplia?!!) transformando o aluno em consumidores de informações. Instala-se a escola shopingcenter!

Importância do acesso

A democratização do acesso a estas tecnologias exige ações políticas concretas e corajosas. Algumas iniciativas, como a dos Telecentros, apontam nessa direção. Mas não são as únicas. O Brasil começou, desde o governo passado, a construir o seu programa Sociedade da Informação [http://www.socinfo.org.br] e é urgente a sua retomada para que possamos avançar nessa perspectiva de poder oferecer ao cidadão brasileiro o acesso a esses recursos tecnológicos. Mas esse acesso precisa ser qualificado. Não queremos só os computadores nas escolas para continuarmos a fazer a mesma educação que, já sabemos, não está dando conta dos grandes desafios postos pelo mundo contemporâneo. A presença dessas tecnologias, das mais simples como livros impressos, aos computadores em rede produzindo novas realidades (virtuais!), possibilitam o estabelecimento de novas conexões. Mas, sim, educação que parta do princípio que o mundo contemporâneo exige conexões. Em todos os sentidos. Conexões que favoreçam a cada cidadão poder efetivamente participar do mundo contemporâneo não na perspectiva de ser treinado para usar o computador. Precisamos combater com veemência a idéia da alfabetização digital pura e simples. Se a alfabetização digital estiver desvinculada das demais alfabetizações, a das letras, dos números, das ciências, da política, do corpo, enfim, de todos os processos de alfabetização que são necessários para a formação do cidadão, no fundo, mais uma vez, teremos o nosso conhecido analfabetismo funcional. Só que agora, o analfabeto funcional digital: aquele que sabe operar meia dúzia de programas, mas que continua na parte baixa da pirâmide social. Isso impõe para a educação uma reflexão fenomenal. Hoje, continuamos com uma educação presa a velhas lógicas do sistema broadcasting. Estou falando broadcasting para usar essa palavra tão em moda e em uso no sistema de comunicação de massa, que, de um ponto central, produz e emite informações para consumidores espalhados pelos diversos rincões do país. Qualquer semelhança com a educação bancária de Paulo Freire, é .. é tudo a mesma coisa!!!

Nosso grupo de pesquisa [http://www.faced.ufba.br/~educom] tem pesquisado sobre o tema e esta apostando numa outra perspectiva para a educação. Uma perspectiva que proponha a superação das chamadas pedagogias da assimilação, aquelas que procuram inculcar no cidadão os valores da cultura escolar através de determinados conhecimentos como a universalidade da ciência, sem nenhum vínculo com suas necessidades do presente ou do futuro, e que não ensejam a formação de um cidadão participativo, crítico, que possa produzir conhecimentos a partir de sua cultura originária. Essas pedagogias da assimilação encontram ainda muito espaço nas escolas dos sistemas formais de educação, já que as escolas constituem-se, essencialmente, em espaços centrados na idéia de ordem, estabilidade, homogeneidade e hierarquia.

É só pensarmos na gestão da escola, nos quadros de horários, nos professores em tempos parciais correndo de escola em escola e, principalmente, na concepção de currículo ainda vinculada à idéia das disciplinas, com pré-requisitos e estrutura linear de apresentação de conteúdos. Agora, com a presença das tecnologias, com destaque para a informática, já começamos a ver propostas de simples acréscimos de novas disciplinas, na linha das informáticas na educação ou coisas desse tipo. O mesmo que já vimos num passado recente com a educação sexual, ecologia e tantas outras coisas do tipo.

Estamos propondo outras alternativas que chamamos de pedagogia centrada na diferença, em que o diferente seja considerado o fundante de todos os processos. Mas não o diferente como conceito a partir do fundante da identidade, gerando a mesmice de sempre, numa espécie de enquadramento. Mas, permita-me leitor a insistência, o diferente como idéia fundante, como fluxo de diferenças, de negociações permanentes, onde os processos instituídos busquem fortalecer cada um e que cada um seja, cada vez mais, diferente! A educação passa a ser uma rede de relações onde não cabe mais o currículo fechado, a professoralidade. A educação passa a ser vista, também ela, no plural: as educações. Que passem a existir a partir de redes permanentes de negociações. Essas redes exigem mudar radicalmente a formação do professor. Exige um forte suporte tecnológico e uma qualificação permanente e continuada. E isso é que é rede! Exige produção coletiva e colaborativa, e, desculpem a insistência, mais uma vez, isso é rede! Exige uma articulação sindical absolutamente forte, porque tudo isso só se faz com um professor forte e atuante. Precisamos, de uma vez por todas, acabar com a idéia de que, sempre, a culpa é do professor. Aliás, isso para nós já é conhecido. Toda vez que qualquer coisa na educação não dá certo, a culpa é sempre do professor!!! Já estamos acostumados com isso e não queremos mais continuar com essa lógica de que para melhorar a educação, precisamos melhorar a auto-estima de professor. Professor precisa de qualificação e de salário! Auto-estima, é conseqüência disso.

Precisamos transformar a educação neste país e a educação só se transformará se cada escola, cada espaço educacional, se transformar efetivamente num espaço de produção de rebeldia. Quem prepara e acomoda é o mercado. A escola tem de preparar um cidadão que seja participativo, que esteja discutindo os problemas da sociedade, inclusive para sabermos se esta sociedade é a que nós queremos, tanto do ponto de vista educacional quanto do ponto de vista tecnológico. Imagino que os espaços educacionais, sejam eles as escolas tradicionais, sejam os espaços formais, sejam os espaços das organizações não governamentais, incluindo aí os atuais e badalados cursos à distância, passem a se constituir em processos e espaços - concreto e virtual - de excitação coletiva, transformando a escola num espaço coletivo de convivência e vivência de culturas originárias de grupos humanos, produzindo conhecimento e não apenas um espaço do simples consumo de informações.

O rádio, a tv, a internet, as mídias digitais precisam estar presentes na escola concorrendo para que essa deixe de ser mera consumidora de informações produzidas alhures e passe a se transformar - cada escola, cada professor e cada criança - em produtores de cultura e conhecimento. Cada escola, assim, passa a ser um espaço de produção, amplificação e multiplicação de culturas apropriando-se das tecnologias e, contemporaneamente, compreendendo que essa incorporação passa por uma outra batalha - e aqui falo no sentido literal da palavra que é a da adoção do software livre como elemento estimulador e propiciador de uma lógica colaborativa, característica fundamental desse movimento é fundamental para priorizar a educação, e a escola em particular, também ela numa perspectiva colaborativa. Nesse aspecto, e aqui não vou me deter no tema apesar de achá-lo de fundamental importância, os diversos grupos que se aglutinam em torno do Projeto de Software Livre/PSL [http://twiki.im.ufba.br/bin/view/PSL] tem desenvolvidos importantes ações auxiliando escolas, prefeituras, governos, ONGs no sentido de favorecer à migração do software proprietário para o software livre. Isso tudo, associado ao que já foi dito sobre a necessidade de se redefinir o marco regulatório para a área, nos possibilitará garantir que não tenhamos esse absurdo de concentração na propriedade dos meios de comunicação - todos eles, os analógicos e os digitais -, passando pelo rádio, televisão, imprensa, editoras, gravadoras. Do ponto de vista tecnológico, o que vislumbramos para um futuro que já é presente, é a necessidade de políticas públicas que garantam às escolas e grupos comunitários, o acesso a estes equipamentos cada vez menores, mais poderosos e com menores custos - transformar as escolas verdadeiras emissores de rádio e televisão. Anísio Teixeira já dizia e queria isso desde a década de 60. É emblemático o seu artigo Mestres de Amanhã, disponível na biblioteca virtual Anísio Teixeira do Prossiga [http://www.prossiga.br/anisioteixeira]

Voltamos sempre ao mesmo ponto, numa fala, que hoje é texto, que vai e volta, para insistir na necessidade de começar a experimentar mais as possibilidades de criarmos emissoras de televisão geradas a partir de um ou dois computadores e meia dúzia de equipamentos de rádios e de gravação, oferecendo como alternativa aos assustadores números de audiência da tv comercial brasileira que faz com que cerca de 85% da população brasileira assista diariamente a um único e mesmo canal, para ver a mesma coisa!

Se não enfrentarmos urgentemente essas questões, através de experiências como a que o grupo da Universidade Federal da Paraíba vem desenvolvendo sob a liderança de Guido Lemos, corremos o risco de estarmos investindo muitos recursos para, no fundo, desenvolvermos novos equipamentos e sistemas para... fazer a mesma coisa!!! O grande desafio para o desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Televisão Digital é buscar implantar um sistema que possibilite a interatividade no sentido pleno, com participação também plena de cada cidadão, na definição coletiva dos rumos dos acontecimentos e não apenas na possibilidade de escolhas predeterminadas, também definidas longe de cada contexto.

Objetivos e Metas

Compreender as finalidades e os processos de inserção das tecnologias de informação e comunicação no contexto social brasileiro, em especial no contexto escolar, apontando tanto os elementos potencializadores, quanto os que se constituem em obstáculo para a reconfiguração do sistema educativo.

Analisar a documentação relativa ao Programa Sociedade da Informação no Brasil, identificando as suas diretrizes gerais e ações desencadeadas, com especial ênfase naquelas direcionadas ao acesso e inclusão da população no contexto da Sociedade da Informação, bem como perceber as condições de participação efetiva da sociedade nas ações desencadeadas pelo Programa. Dentre essas ações, dar-se-á uma ênfase especial àquelas ligadas à área de educação, a fim de compreender a relação dessa área com as demais áreas de abrangência do Programa.

Analisar os documentos dos Programas: TV Escola, Proinfo, Proformação, Paped, Rádio Escola ¾ da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação ¾, Programa Telecomunidade ¾ ação conjunta dos Ministérios da Educação e das Comunicações ¾ a fim de compreender a abrangência, a proposta de capacitação dos professores, de oferecimento de infra-estrutura e a proposta pedagógica que os norteia, bem como a relação existente entre eles. Analisar os documentos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), importante e, lamentavelmente até agora, apenas potencial - fonte de recursos para a operacionalização dos Programas de Informatização do sistema público de educação.

Analisar a documentação e o processo de discussão e implantação da televisão digital no Brasil, com especial atenção para o seu potencial uso em educação.

Conhecer e analisar as formas de operacionalização desses Programas, com o objetivo de verificar a relação com suas diretrizes, as facilidades e dificuldades encontradas nos diferentes contextos em que se inserem e verificar em que medida apontam para a transformação do modelo educacional vigente no país.

Identificar elementos que se constituem fundamentais para a organização e oferecimento de propostas de formação de professores e para a produção de materiais educativos em diversos suportes.

Metas

Identificar e coletar a documentação e as pesquisas relativas aos Programas de Informatização das Escolas, PROFORMAÇÃO, Sociedade da Informação, entre outros, analisando-os e promovendo o cadastramento imediato dessas referências e análises na Biblioteca Virtual de Educação a Distância (BVEAD), projeto do PROSSIGA/CNPq, sob nossa coordenação.

Identificar e coletar os projetos de formação de professores em serviço em andamento em todo o Brasil, analisando-os e promovendo o cadastramento imediato dessas referências e análises na BVEAD.

Produzir e publicar (meio impresso, digital e programa televisivo) um estado da arte sobre as Políticas Públicas Brasileiras em Educação e Tecnologia da Informação e Comunicação.

Metodologia e Estratégia de Ação

Para o levantamento da documentação relativa às políticas públicas na área, estaremos utilizando basicamente a Internet para a captura dos dados, visto que a legislação brasileira esta toda disponível nos sites do governo. Para conhecer e analisar a forma de operacionalização dos programas e das políticas, considerando a extensão do território nacional e a quantidade de pesquisas que estão sendo realizadas nos mais diferentes contextos, torna-se mais significativo buscar essas pesquisas e nelas, os pontos comuns e divergentes, de forma a explicitar o que é decorrente das políticas e o que é especificidade de cada contexto isoladamente. Para ter acesso a essas pesquisas estaremos utilizando os dados dos Programas de Pós-Graduação no país que estejam desenvolvendo pesquisas nessa área, os dados relativos ao PAPED; programa do MEC que apóia a finalização de dissertações e teses na área -, os dados dos Grupos de Trabalho Educação e Comunicação da ANPEd e Comunicação e Educação da Intercom, além dos trabalhos apresentados na COMPOS. Evidentemente, estaremos trabalhando intensamente sobre os registros da Biblioteca Virtual de Educação a Distância.

Inúmeros programas de pós graduação abriram espaços para essa temática, merecendo um destaque inicial os programas das seguintes Universidades: UFRGS, UFSC, USP, PUC/SP, UNICAMP, UFMT, UnB? , UFBA, UFCE, UFPE e UFRN. A identificação e coleta das pesquisas e do material desenvolvidos nos programas de pós-graduação ocorrerá através da própria Internet (e-mail, webconferência, chat, listas de discussão, bancos de dados e bibliográficos), e também através do intercâmbio entre bibliotecas. Serão realizadas visitas aos programas de pós-graduação, participação em encontros, seminários e congressos na área, durante o período de coleta de dados. O levantamento, para a posterior coleta de dados, dos projetos de formação de professores em serviço será realizado a partir dos dados disponíveis no MEC e nos Conselhos Estaduais de Educação, já que somente serão analisados programas que estejam regularizados, de acordo com a legislação em vigor.

A partir da leitura e análise das referências identificadas é que será possível estabelecer uma visão mais ampla da forma como os Programas estão sendo operacionalizados, da coerência entre as ações que efetivamente estão sendo desencadeadas nas escolas brasileiras e das diretrizes gerais contidas nos diversos documentos, projetos e programas analisados.

Esse trabalho representa também um esforço fundamental no sentido de enriquecer o acervo da Biblioteca Virtual de Educação a Distância; Prossiga/UFBA e de um Banco de Dados de Referências Bibliográficas do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias, a partir do cadastramento de todos os documentos e pesquisas identificados, de modo a servirem de subsídios para o desenvolvimento das pesquisas acadêmicas desenvolvidas pelo grupo e também pelos demais grupos de pesquisa de língua portuguesa, no Brasil e fora dele.

Resultados e Impactos Esperados

O resultado dessa pesquisa será o estabelecimento de um Estado da Arte sobre as Políticas Públicas Brasileiras em Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação. Esse estado da arte deverá ser publicado em formato impresso e também em meio digital, através da Biblioteca Virtual de Educação a Distância, projeto do PROSSIGA/CNPq, sob a coordenação do nosso grupo.

Para a concretização da pesquisa, estará se montando na UFBA um centro de referência sobre a temática, disponibilizando para pesquisadores locais e de outros lugares, um acervo sistematizado, referenciado e analisado sobre as Políticas Públicas Brasileiras em Educação e as TIC, o que será de grande importância para a continuidade do desenvolvimento de pesquisas na área.

Essa pesquisa é fortemente associada com a socialização das informações e daremos, conseqüentemente, ênfase na publicação de artigos científicos e jornalísticos que apresentem uma análise da produção científica brasileira sobre a temática Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação. Os artigos de divulgação deverão ser publicados em jornais locais, regionais e nacionais, além de uma série de outros produtos impressos, digitais, em vídeo e em áudio, na Bahia, no Brasil e no exterior.

Indicadores de resultados ao final do projeto:

Levantamento e coleta de documentação relacionada aos programas e projetos propostos para a área de educação no âmbito do Programa Sociedade da Informação no Brasil.

Levantamento e coleta de pesquisas desenvolvidas no país que envolvam a análise das ações desencadeadas por esses programas e projetos.

Levantamento e análise dos programas de formação de professores em serviço no Brasil.

Leitura e análise da documentação e das pesquisas.

Alimentação da Biblioteca Virtual de Referência sobre a temática Educação e Tecnologias da Informação em Comunicação na base de dados do PROSSIGA/CNPq.

Participação em eventos relacionados à temática.

Publicação do Estado da Arte sobre as Políticas Públicas Brasileiras em Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação.

Monografias e teses.

Publicação de artigos em eventos, revistas, livros, páginas online.

Organização de um banco de dissertações e teses desenvolvidas na área, tanto em forma impressa quanto em CD-ROM. Elaboração de relatórios.

Repercussão

Elaboração e imediata socialização de um Estado da Arte sobre as Políticas Públicas da Educação e as TIC no Brasil, com ênfase especial na análise dos programas de formação de professores em exercício possibilitará, nesse momento em que o Brasil passa por uma profunda modificação política, oferecer subsídios para uma avaliação mais profunda dos programas em andamento e, principalmente, dar subsídios para novos pesquisadores e legisladores no sentido de desenvolverem pesquisas e políticas públicas que possam contribuir para a melhoria dos processos educacionais no país.

Riscos e Dificuldades

As dificuldades para a realização dessa pesquisa são as mesmas inerentes ao nosso trabalho diário nas Instituições Públicas de Ensino e Pesquisa brasileiras: falta de recursos, condições de trabalho muitas vezes inadequadas e pouco acesso às informações. As demais dificuldades podem ser sanadas mediante o empenho do pesquisador, já que, após a coleta dos materiais, o projeto será praticamente desenvolvido através da análise do material coletado e de discussões coletivas com o nosso grupo de pesquisa na UFBA. Desta forma, não acreditamos que essa pesquisa possa sofrer qualquer tipo de solução de continuidade.

Sub Projetos

O percurso do GT16 da Anped

Leia mais... ainda não disponível

Laptop de 100 dólares

notas de pesquisa. desculpa, ainda não disponível.

Posição de Carlos Afonso - ca_OLPC_sou_contra_v3.pdf

Bolsa IC CNPq

Edital de Apoio a Pesquisa - Edital /Cnpq.

Edital Bolsas FAPESB

Etapa da pesquisa com foco em TI, com soliciração de bolsistas AT2 e AT3. Desculpe, ainda não dispónível.

--++Referências Bibliográficas

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Webster, Frank. Theories of the Information Society. London and New York: Routledge, 1999. 257 p.


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