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PEDAGOGIA DO A-CON-TECER

O curso de Pedagogia do Projeto UFBA/Irecê tem contribuído bastante para a formação dos professores da Rede Municipal de Ensino, possibilitando percursos de formação docente pautados na produção individual e coletiva de conhecimento e em propostas de ação pedagógica, a partir da discussão sobre a complexa relação entre pessoas, máquinas, natureza e grupos sociais e essa relação nos processos de ensinar e aprender, criando GEACS (Grupos de Estudos Acadêmicos) com o objetivo de promover um estudo mais profundo sobre temas emergentes.

A partir da discussão da atividade Uma viagem pela emergência realizada durante o ciclo III do curso de Pedagogia do Projeto UFBA/Irecê, emergiu a necessidade de ampliar os conhecimentos acerca do conceito de emergência nos cenários da aprendizagem. Surge, então, a Pedagogia do A-Con-Tecer, um estudo voltado para esta reflexão.

O desencadear das discussões surgidas a partir do livro Emergência: A vida integrada de formigas, cérebros, cidades e softwares de Steven Johnson, onde explica como a inteligência coletiva é sucedida por um "comportamento emergente", ou seja, o que acontece quando um sistema interconectado de elementos relativamente simples se auto-organiza para formar um comportamento mais inteligente, capaz de se adaptar às circunstâncias externas.

A formiga rainha tem como função a reprodução. As formigas se auto-organizam, daí a semelhança com os cérebros, cidades, softwares e só agora a educação." Embora, rainha seja uma palavra que lembra sistemas políticos humanos ( ...) a rainha não é uma figura de autoridade" ( GORDON apud JONHSON, 2003, 22 ).Essa é a semelhança com a educação, pois muitos ocupam posição de liderança, no entanto, não têm autonomia para isso, e mais uma vez faz necessário chamar atenção para a horizontalidade que defende: Tem poder, quem tem iniciativa. O poder precisa de pessoas que saibam o que realmente precisam fazer, pessoas com a síndrome da formiga rainha, não servem ao poder porque não têm autonomia para desenvolver derminadas idéias.

Na organização de um formigeuiro , mesmo existindo divisão de trabalho, não há hierarquias , cada integrante executa as funções inatas à sua espécie, essa sociedade cibernética não se compara a uma sociedade de superação. A idéia de Steven Johnson não é indicar uma sociedade ideal é relamente demonstrar como cada uma funciona nas suas especificidades.

A emergência defendida pelo autor poderá ser comparada aos "geiseres" que emergem nos seus cenários, mas não demarcam onde irão aparecer.

O que embasa a emergência é a adaptação ao inesperado. O que emerge de um efeito botom-up não comporta uma organização top-down. uma sala de aula por exemplo: o aluno sai de casa com a idéia (na maioria das vezes influenciado por alguém) que na sala de aula tudo deve ser "super organizado", não brigar, não correr, não xingar o professsor... é mais ou menos assim no "primeiro" dia de aula, antes do recreio, porque após o recreio a coisa muda.

A primeira idéia interiorizada da sala de aula "certinha" é uma idéia, parece, da complexidade desorganizada, pois certamente ninguém vai ficar ouvindo alguém falar por aproximadamente 4h, concordar todo o tempo, ficar sentado durante horas...uma mente não ficará presa somente a um pensamento, portanto, não devemos ver a sala de aula como algo "parado". O que então, é chamado de "bagunça" poderá vir a ser uma "complexidade organizada"; uma rebeldia poderá ser transformada em uma indicação para que se trabalhe com o "inesperado", que o professor se adapte com o que a cada momento emerge, e não que esteja preparado para enfrentar a situação, ao inesperado.

O caos existe nas sociedades escolares, pois todos ali presentes estão em grande movimento, mesmo uma cabeça estando sem se mexer, aparentemente, o cérebro dentro dela possui milhões de células, neurônios em grande movimento por isso nada está parado, em tudo o caos está presente. É um cenário onde o inesperado acontece, é uma desordem dentro da ordem ou uma ordem dentro da deseordem.

A Escola, comparada a um formigueiro, é também uma complexidade organizada. A racionalidade que leva a uma consciência reflexiva do homem, não permite comportamento padronizados, previsíveis, tal qual, entre as formigas. Por mais que o homem tente, não consegue viver sem tentar controlar o que está à sua frente.

O conhecimento é concebido por seu conteúdo e pela beleza de suas possibilidades. Atualizações e emergências se confundem quando em contato com a aprendizagem humana. A sua imagem chega-nos com um bem precioso e inquestionável. Temos que envidarmos esforços para compreender a “Pedagogia do A-con-tecer”. A pedagogia do A-con-tecer trata como o mundo acontece. Transforma, reinventa, ultrpassa fronteiras, demarca diferenças, singularidades ou alteridade e também semelhanças, continuidade, ressonância. Reconhece as diversidades e tece as continuidades.

Nessa rede de complexidade nós somos os fios. Nesse entendimento a idéia de vários fios são as possibilidades.Os fios podem ser bons como também ruins,os bons se entrelaçam, tanto com eles próprios, como também com os fios podres para que o cenário aconteça.

Nos sistemas emergentes ou os botom-up, os agentes que residem em uma escala começam a produzir um comportamento cujo padrão reside em uma escala acima deles. O movimento das regras de nível baixo para sofisticação do nível mais alto é a emergência.

Na pedagogia do A-con-tecer não existe prévia, só acontece no acontecer. O cenário vai trazendo necessidades, dos fios intencionais do acaso, do improviso, as coisas acontecem.

Percebe-se que na vida o novo só pode aparecer como diferença. Se nós não estivermos procurando diferenças não podemos ver que tudo mudou e, em conseqüência, não se tem condições de reagir às mudanças que acontecem quase que imperceptíveis. Veja o quanto se perde com a forma cega em encarar o dinamismo da vida. faz-se necessário ultrapassar fronteiras dissolvendo-as ou recriando-as e entrelaçando os fios para que o cenário aconteça.

As pessoas se organizam em redes sociais, coletivas. Agrupam-se por reconhecer a força cinergética da organização em redes, os coletivos se lincam com outros coletivos como a velocidade da informação, comunicação no trabalho e a construção de conhecimentos que trafegam pelos cabos onde sinais são captados pelas mais diferentes vozes, idéias, instrumentos tecnológicos transformados numa verdadeira polifonia bakhtiniana.

O poder e a identidade de um grupo depende mais da qualidade e intensidade da sua conexão consigo mesmo do que da sua resistência em comunicar-se com seus meios. Esse poder emerge a partir da capacidade de aprender e de trabalhar de maneira cooperativa, com grau de confiança e reconhecimento recíproco.

Steven Johnson numa entrevista com Alexandre Matias, jornalista da Folha de São Paulo, mencionou que vinha tentando decidir sobre o que escrever em seu livro e estava entre a ciência do cérebro e a história do urbanismo. Não conseguira decidir qual dos tópicos seria mais interessante. Por coincidência ganhou duas cópias de um livro cheio de mapas de cidades, e nesse tinha um mapa de Hamburgo que parecia demais com o cérebro humano daí a idéia do livro “Emergência: a vida integrada de formigas, cérebros, cidades e softwares”. (Folha on-line ilustrada)

É fantástico o paralelo feito pelo autor entre a historia das cidades, o comportamento dos fungos, a inteligência artificial, as colônias de formigas e softwares que são sistemas auto organizados que privilegiam as seqüências em detrimento da lógica nas quais se dispensa a presença de um controle centralizado para haver ação. Pensa-se que o que se propõem nesse GEAC não é apenas a utilização das possibilidades tecnológicas e de comunicação, mas um novo pensar sobre essa rede de complexidade que é a “Pedagogia do A-con-tecer” e trazer a luz do dia o que já existe vivido amplamente na experiência cotidiana e que o mundo acontece de várias maneiras. É preciso descobrir para ser inventor, fazer ruminações e constatações e que cada tempo histórico convive com várias temporalidades. Nas relações horizontais os iguais dialogam, só os iguais são iguais nas diferenças, é a diversidade dentro da unidade e a unidade dentro da diversidade. Nem tudo é disciplinar, nem tudo é ordem e nem tudo é racional. As novas demandas do mundo exigem relações horizontais de igual para igual, olho no olho, diálogo transparente que conforme o seu grau de transparência transforma-se em opacidade, é como um vidro transprente, mas que não se vê o que está do outro lado, pois ele alem de ser transprente tambem é opaco.

Segundo Waldemar Hena Júnior, o modelo aberto de comunicação está em transição no mundo, razão pela qual muitas pessoas ainda insistem em agarrar o poder verticalizado esquecendo-se de que, ao horizontalizarem as relações, o poder se transforma e se fortalece.

No cenário educativo a emergência acontece em várias dimensões sociais, culturais e contextos locais permeada por fios que tecem uma rede complexa do sistema educativo que compreende as instâncias: federais - Ministério da Educação, Lei de Diretrizes e Bases, Parâmetros Curriculares Nacionais -, estaduais - Secretaria Estadual de Educação, DIREC Diretoria Regional de Educação - e minicipais - Secretaria Municipal de Educação. Essa complexidade ainda está impregnada de conceitos baseados nos dados estatísticos, fundamentado numa concepção imposta pelo próprio sistema.Então a complexida DOS CENÁRIOS se restringe as dimensões institucionalizadas

*Texto alterado no dia 24/11 por Lindete e Ieda.25/11 texto coletivo: Ivanilton, Ana Cácia, Rosalia, liriam, Lidia, Aldinéia, Elidê, Mria de Lurdes, Alessandra, Geovan, Maria ds Graças, Ieda, Maria Cristina, Lindete, Dora Lucia, Zilmaria

BOM PESSOAL, ESTÁ LEGAL, MAS FALTA MUITO. MUITO TRABALHO ATÉ SEGUNDA. VÃO COLOCANDO AS IDÉIAS PARA QUE A GENTE NO ENCONTRO DE SEGUNDA (28/11) esstruture o trabalho. a idéia que associar com as aprendizagens de outras atividades e, principalmente, outros GEACS e boa, mas ficou muito solta. não esqueçcam do livro que vcs mesmo fizeram sobreee suas escolas, aqueles artigos são puro a-con-tecer, pura emergência. Lembre-se que o materil em power-point está no site.

São QUAIS SISTEMAS que participam da organizações, crescendo em correlações para se mostrarem, aparecerem, sistemas auto-organizados que privilegiam as sequências, em detrimento da lógica VERIFIQUE O TEXTO??? e nos quais se dispensa a presença de um contato centralizado para empreender a ação. Surgem de um nível de elemento relativamente simples em direção à forma de comportamento mais sofisticado e por isso chamados de sistema emergente.

Maria Cristina Cordeiro - 11.10.05


TECENDO NA EMERGÊNCIA

A aproximação – acrescentamento – aumento – direção – mudança

CON contigüidade – companhia – correlação – (estar junto).

TECER entrelaçar – tramar – compor – travar – urdir – gerar – fazer aparecer – fazer teias – formar-se – organizar-se – entreter-se.


Os grupos a que nós pertencemos se identificam pela cultura comum em que as coisas com que lidamos e as relações que estabelecemos com os outros ganham vida e ganham significados distintos. Isso tudo porque estamos todos inseridos numa estrutura simbólica em que um objeto, uma imagem, uma palavra deixa de ser o que é em si para receber os significados que lhe atribuem.

As culturas são as formas com que nos relacionamos com as coisas do nosso mundo, com os objetos e as práticas materiais de nossa vida, ao mesmo tempo em que com os outros seres humanos. Nos diferentes âmbitos sociais, cada qual com sua vida própria, como num processo de desdobramentos (desabrochar), elaboram novas culturas, novos movimentos por melhores condições de vida tornando-se “interlocutor de saberes”. Cada qual faz a sua parte e o resultado satisfaz ao grupo.

Os espaços públicos da vida são múltiplos e diversos. Sem eles sua pluralidade seria pobre e sufocante. E não bastam as redes formais e informais de comunicação que tecem o cotidiano dos distintos espaços e tempos sociais.


GEAC - PEDAGOGIA DO A-CON-TECER

POVO, Mãos na massa. Vamos por os textos

Emergência à vida integrada de formigas, cérebros, cidades, software e Educação

A palavra educar (latim, educare) é uma tradução do grego paidagogia, pais (crianças), ago (conduzo), que no conceito grego significa a educação integral da pessoa: física, estética, moral e religiosa. OLHA A REDAÇÃO PARA QUE TANTAS VEZES A PALAVRA GREGO Desde o século V a.C., quando surge na Grécia os primeiros pensadores da história, a educação já era objeto de preocupação, visando a formação do homem, dentro de uma liberdade pessoal.

Para Sócrates, o objetivo único do processo educativo é a formação moral do homem fundamentando-se esta no conhecimento e nas práticas das virtudes. Para Platão, a educação é um processo de descobrimento gradativo, da verdade que já se encontra na alma do educando, e é de acordo com essa verdade que deve viver. Aristóteles, afirmava que a educação parte da imitação e visa levar o educando a adquirir hábitos que formarão nele uma segunda natureza. Segundo ele,a educação deve ser pública e comum, porque só o estado pode garantir essa formação integral do educando.

Desde a Grécia Antiga até os dias atuais, a educação sempre teve espaço significativo, passando por transfprmações nos diferentes períodos da história da humanidade.

O caminho mais certo e seguro para alcançar os objetivos deste processo é o da aprendizagem, o qual, para ser eficaz, deve seguir a via da própria evolução, partindo do mais simples e homogênio para em seguida abordar o composto e heterogênio; partir do menos conhecido para alcançar o certo, do concreto para alcançar o abstrato. O processo educativo deve retomar em cada educando os passos que a própria humanidade seguiu na sua evolução. NÃO ENTENDI A NECESSIDADE DESTA HISTORIZAÇÃO, PRINCIPALMENTE SÓ ABRANGENTE OS GREGOS E O RESTO DA HISTÓRIA

É paradoxal que a complExidade da educação esteve presente em todo processo histórico NÃO VEJO ONDE ESTÁ O PARADOXO,pois segundo Pestalozzi"o processo educativo eleva o indivíduo ao nível da natureza humana,é portanto nas camadas populares que faltam um esforço sério na educação. Entretanto, não se trata de educar pela força da lei, pois o processo educativo deve elevar os homens para a humanidade dentro da indepedência e liberdade". Pensando assim , é notável que em nenhum dos dois tempos QUAIS SÃO ESTES TEMPOS? em que se processa a educação houve de fato a emancipação da mesma nesses parâmetros. SERÁ QUE NUNCA HOUVE MESMO?.

Por outro lado a situação em que se encontra a educação pública brasileira é consequência de falsos discursos em reformas O QUE SIGNIFICA FALSOS DISCURSOS EM REFORMAS que não são caracterizadas OU REALIZADAS? na sua plenitude, entre outros fatores que resultam esse aparente PQ APARENTE? "fracasso" dessas reformas, destaca-se como principal a falta de parcipação direta dos sujeitosenvolvidos na educação. Durante o processo histórico É MUITO GENERÍCO FALAR EM PROCESSO HISTÓRICO essas reformas estão voltadas para os interesses econÔmicos e uma educação mercadológica, visando uma escola competitiva, puramente científica e técnica.Sobretudo,a definição das competências ao?? mundo do trabalho é evidente aos?? que têm mais sucesso na concorrÊncia de mercado.ESTÁ FRASE ESTÁ SEM SENTIDO Por outro lado, DE NOVO POR OUTRO LADO os principais investidores das reformas educacionais no Brasil e na América Latina, a exemplo do Banco Mundial.FRASE SEM VERBO tem se preocupado com os resultados quantitativos. As estatísticas é quem comanda a competência da instituição educacional e não a qualificação do ensino voltado para as necessidades sociais. Diante das abordagens fica evidente que durante as reformas educacionais desenvolvidas não se pode afirmar que houve grandes avanços na educação.CADÊ O A-CON-TECER A educação contemporânea possui notoriamente OU COMPULSIVAMENTE reflexos do passado. Nas instituições educacionais o que vem sendo discutido é se realmente existe um único modelo ou imagem ideal que possa orientar o processo educativo. Fala-se muito da exclusão da transmissão de conhecimento,em que o professor deixa de ser o dono do saber. Assim as atividades devem surgir de dentro DENTRO DAONDE?, em função dos interesses e das necessidade do educando. O processo educativo torna-se a atividade livre, epoNtânea. AONDE?? Os educandos serão agrupados não por idade ou nível de instrução, mas sim, por interesses reais. AONDE?? O educador deve ser o animador dentro de um processo de auto educação.AONDE? deve levar o processo de tal forma que não haja coflito entre esforço e interesse. EM QUAL CORRENTE PEDAGÓGICA?? Nesse caso, o indivíduo caminha para liberdade, constrói seu percurso, mas ao mesmo tempo é obrigado a fazer opções e assumir a responsabilidade pela opções feitas. É perceptível que não há como prever o rumo das mudanças. Mas um dos desafios que a educação têm enfrentado atualmente é o impacto da imagem e a importância da midia, no entanto, torna-se importante que os novos recursos revitalizeM a função do professor e estimule o aluno a uma posição menos passiva e mais dinãmica, promovendo a capacidade de leitura crítica das imagens e das informações transmitidas. Alessadra e Maria das Graças. 16/11/05

TEXTO PRODUZIDO EM 03/04 de abril de 2006

Maria Cristina Cordeiro, Dora Lúcia e Zilmária Rocha.

Pedagogia do A-con-tecer

A-con-tece

A aproximação – acrescentamento – aumento – direção – mudança

CON contigüidade – companhia – correlação – (estar junto).

TECER entrelaçar – tramar – compor – travar – urdir – gerar – fazer aparecer – fazer teias – formar-se – organizar-se – entreter-se.


O curso de Pedagogia do Projeto UFBA/Irecê tem contribuído bastante para a formação: intelectual, profissional e pessoal dos professores da Rede Municipal, possibilitando percursos de formação docente pautados na produção individual e coletiva de conhecimento e em propostas de ação pedagógica, a partir da discussão sobre a complexa relação entre pessoas, máquinas, natureza e grupos sociais. Para essa relação acontecer nos processos de ensinar e aprender, foram criados, alem de outras atividades, Grupos de Estudos Acadêmicos, com o objetivo de promover um estudo mais profundo sobre temas emergentes.

A atividade, Uma viagem pela emergência, realizada durante o ciclo III do curso de Pedagogia do Projeto UFBA/Irecê, emergiu da necessidade de ampliar os conhecimentos acerca do conceito de emergência nos cenários da aprendizagem. Surge, então, a Pedagogia do A-Con-Tecer, um estudo voltado para esta reflexão.

O desencadear das discussões surgidas a partir do livro Emergência: A vida integrada de formigas, cérebros, cidades e softwares de Steven Johnson, elucidou como a inteligência coletiva é sucedida por um "comportamento emergente", ou seja, o que acontece quando um sistema interconectado de elementos relativamente simples se auto-organiza para formar um comportamento mais inteligente, capaz de se adaptar às circunstâncias externas.

A formiga rainha tem como função a reprodução. As formigas se auto-organizam, daí a semelhança com os cérebros, cidades, softwares e educação." Embora, rainha seja uma palavra que lembra sistemas políticos humanos ( ...) a rainha não é uma figura de autoridade" ( GORDON apud JONHSON, 2003, 22 ).Essa é a semelhança com a educação, para isso, mais uma vez, se faz necessário chamar atenção para a horizontalidade que defende: não precisa ter poder, para ter iniciativa. O sistema necessita de pessoas que saibam o que realmente precisam fazer, pessoas com a síndrome da formiga rainha, que embora exerça uma função primordial ela interage no processo da horizontalidade, desempenhado suas funções de forma harmoniosa e competente.

Na organização de um formigeuiro , mesmo existindo divisão de trabalho, não há hierarquias , cada integrante executa as funções inatas à sua espécie, essa sociedade cibernética não se compara a uma sociedade de superação. A idéia de Steven Johnson não é indicar uma sociedade ideal é relamente demonstrar como cada uma funciona nas suas especificidades.

A emergência defendida pelo autor poderá ser comparada aos "geiseres" que emergem nos seus cenários, mas não demarcam onde irão aparecer.

O que embasa a emergência é a adaptação ao inesperado. O que emerge de um efeito botom-up não comporta uma organização top-down. Uma sala de aula por exemplo: o aluno sai de casa com a idéia (na maioria das vezes influenciado por alguém) que na sala de aula tudo deve ser "super organizado", não brigar, não correr, não xingar o professsor... é mais ou menos assim no "primeiro" dia de aula, antes do recreio, porque após o recreio a coisa muda, pela espontaneidade que acontece na emergência.

A primeira idéia interiorizada da sala de aula "certinha" é uma idéia, parece, da complexidade desorganizada, pois certamente ninguém vai ficar ouvindo alguém falar por aproximadamente 4h, concordar todo o tempo, ficar sentado durante horas...uma mente não ficará presa somente a um pensamento, portanto, não devemos ver a sala de aula como algo "parado". O que então, é chamado de "bagunça" poderá vir a ser uma "complexidade organizada"; uma rebeldia poderá ser transformada em uma indicação para que se trabalhe com o "inesperado", que o professor se adapte com o que a cada momento emerge, e não que esteja preparado para enfrentar a situação, ao inesperado.

O caos existe nas sociedades escolares, pois todos ali presentes estão em grande movimento, mesmo uma cabeça estando sem se mexer, aparentemente, o cérebro dentro dela possui milhões de células, neurônios em grande movimento por isso nada está parado, em tudo o caos está presente. É um cenário onde o inesperado acontece, é uma desordem dentro da ordem ou uma ordem dentro da deseordem.

A Escola, comparada a um formigueiro, é também uma complexidade organizada. A racionalidade que leva a uma consciência reflexiva do homem, não permite comportamento padronizados, previsíveis, tal qual, entre as formigas. Por mais que o homem tente, não consegue viver sem tentar controlar o que está à sua frente.

O conhecimento é concebido por seu conteúdo e pela beleza de suas possibilidades. Atualizações e emergências se confundem quando em contato com a aprendizagem humana. A sua imagem chega-nos com um bem precioso e inquestionável. Temos que envidarmos esforços para compreender a “Pedagogia do A-con-tecer”. A pedagogia do A-con-tecer trata como o mundo acontece. Transforma, reinventa, ultrpassa fronteiras, demarca diferenças, singularidades ou alteridade e também semelhanças, continuidade, ressonância. Reconhece as diversidades e tece as continuidades.

Nessa rede de complexidade nós somos os fios. Nesse entendimento a idéia de vários fios são as possibilidades.Os fios podem ser bons como também ruins,os bons se entrelaçam, tanto com eles próprios, como também com os fios podres para que o cenário aconteça.

Nos sistemas emergentes ou os botom-up, os agentes que residem em uma escala começam a produzir um comportamento cujo padrão reside em uma escala acima deles. O movimento das regras de nível baixo para sofisticação do nível mais alto é a emergência.

Na pedagogia do A-con-tecer não existe prévia, só acontece no acontecer. O cenário vai trazendo necessidades, dos fios intencionais do acaso, do improviso, as coisas acontecem.

Percebe-se que na vida o novo só pode aparecer como diferença. Se nós não estivermos procurando diferenças não podemos ver que tudo mudou e, em conseqüência, não se tem condições de reagir às mudanças que acontecem quase que imperceptíveis. Veja o quanto se perde com a forma cega em encarar o dinamismo da vida. faz-se necessário ultrapassar fronteiras dissolvendo-as ou recriando-as e entrelaçando os fios para que o cenário aconteça.

As pessoas se organizam em redes sociais, coletivas. Agrupam-se por reconhecer a força cinergética da organização em redes, os coletivos se lincam com outros coletivos com a velocidade da informação, comunicação no trabalho e a construção de conhecimentos que trafegam pelos cabos onde sinais são captados pelas mais diferentes vozes, idéias, instrumentos tecnológicos transformados numa verdadeira polifonia bakhtiniana.

O poder e a identidade de um grupo depende mais da qualidade e intensidade da sua conexão consigo mesmo do que da sua resistência em comunicar-se com seus meios. Esse poder emerge a partir da capacidade de aprender e de trabalhar de maneira cooperativa, com grau de confiança e reconhecimento recíproco.

É fantástico o paralelo feito pelo autor entre a historia das cidades, o comportamento dos fungos, a inteligência artificial, as colônias de formigas e softwares que são sistemas auto organizados que privilegiam as seqüências em detrimento da lógica nas quais se dispensa a presença de um controle centralizado para haver ação. Pensa-se que o que se propõem nesse GEAC não é apenas a utilização das possibilidades tecnológicas e de comunicação, mas um novo pensar sobre essa rede de complexidade que é a Pedagogia do A-con-tecer, e trazer a luz do dia o que já existe vivido amplamente na experiência cotidiana e que o mundo acontece de várias maneiras. É preciso descobrir para ser inventor, fazer ruminações e constatações e que cada tempo histórico convive com várias temporalidades. Nas relações horizontais os iguais dialogam, só os iguais são iguais nas diferenças, é a diversidade dentro da unidade e a unidade dentro da diversidade. Nem tudo é disciplinar, nem tudo é ordem e nem tudo é racional. As novas demandas do mundo exigem relações horizontais de igual para igual, olho no olho, diálogo transparente que conforme o seu grau de transparência transforma-se em opacidade, é como um vidro transprente, mas que não se vê o que está do outro lado, pois ele alem de ser transprente tambem é opaco.

Segundo Waldemar Hena Júnior, o modelo aberto de comunicação está em transição no mundo, razão pela qual muitas pessoas ainda insistem em agarrar o poder verticalizado esquecendo-se de que, ao horizontalizarem as relações, o poder se transforma e se fortalece.

No cenário educativo a emergência acontece em várias dimensões sociais, culturais e contextos locais permeada por fios que tecem uma rede complexa do sistema educativo que compreende as instâncias: federais - Ministério da Educação, Lei de Diretrizes e Bases, Parâmetros Curriculares Nacionais -, estaduais - Secretaria Estadual de Educação, DIREC Diretoria Regional de Educação - e minicipais - Secretaria Municipal de Educação.

Os grupos a que nós pertencemos se identificam pela cultura comum em que as coisas com que lidamos e as relações que estabelecemos com os outros ganham vida e ganham significados distintos. Isso tudo porque estamos todos inseridos numa estrutura simbólica em que um objeto, uma imagem, uma palavra deixa de ser o que é em si, para receber os significados que lhe atribuem.

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