Histórico da Proposta

Quando se construiu um novo programa de trabalho postulando a reeleição para a atual Reitoria da UFBA, houve especial preocupação com o tema da reestruturação da arquitetura curricular. Com toda clareza, foi declarada a intenção de buscar fomentar na instituição uma reforma universitária verdadeira, aquela que deveria ocorrer no plano da educação, e não as tímidas e hesitantes proposições de viabilização financeira e rearranjo institucional, nos planos normativo e administrativo. No citado programa, constava um item que, parafraseando Anísio Teixeira, chamou-se de Projeto UFBA Nova, com os seguintes tópicos:

Os Conselhos Superiores da UFBA já haviam anteriormente deliberado iniciar um processo de profunda revisão da estrutura, função e compromisso social, visando pensar o futuro da instituição, atendendo a um dos itens da pauta local da greve estudantil de 2004. Durante o ano de 2005, algumas iniciativas foram tomadas nesse sentido, como a apresentação de estudos preliminares do Plano Diretor que, infelizmente, foram bloqueadas pela reação de algumas unidades.

Empossado em segundo mandato, já nas primeiras reuniões dos conselhos superiores, o Reitor Naomar propôs retomar e ampliar as discussões sobre a revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional; ambos os Conselhos aprovaram por unanimidade essa moção. Neste intento, uma Comissão bi-cameral, com a participação de dirigentes, docentes, servidores técnico-administrativos e representantes discentes foi designada para planejar e organizar o processo de discussão. Em seus trabalhos preliminares, a Comissão propôs pauta e estratégia de organização, incluindo cronograma que contemplava a promoção de seminários conceituais e temáticos, congressos internos nas unidades e uma instância geral de debates. Na pauta proposta, aprovada pelos Conselhos, destaca-se o item Arquitetura Acadêmica como uma das prioridades no processo de repensar a Universidade.

Alguns docentes e pesquisadores, que já se sabia interessados por temas de vanguarda acadêmica, foram convidados para dialogar sobre questões filosóficas e metodológicas relacionadas à interdisciplinaridade. Inicialmente, reuniram-se representantes de áreas de conhecimento afins, porém logo começou-se a misturar origens institucionais, epistemológicas e paradigmáticas, em grupos gerais de discussão. Em paralelo, uma equipe técnica da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, com a colaboração de um grupo de trabalho ad-hoc designado pela Reitoria, dedicou-se a avaliar o marco legal da proposta, bem como seus aspectos pedagógicos e operacionais. Enfim, o projeto UFBA Nova tomou forma e deixou de ser uma intenção em um documento retórico de política institucional. Em setembro de 2006, foi introduzido formalmente ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, órgão máximo de deliberação acadêmica em nossa universidade, que solicitou à equipe técnica levar a proposta às unidades, como parte do processo de discussão do PDI.

O projeto UFBA Nova posteriormente tornou-se Universidade Nova. Nos informes de uma Reunião da Andifes, realizada em Recife como parte das comemorações dos sessenta anos da UFPE, o Reitor Naomar comunicou ao Conselho Pleno o andamento do projeto. A acolhida foi calorosa, com vários reitores se posicionando como parceiros em potencial. Apresentaram-se esboços da proposta à Secretaria de Ensino Superior do MEC que, de imediato, interessou-se e convidou o Reitor a uma oficina de trabalho para colaborar na discussão do projeto da Universidade do Mercosul. Retornou o tema à Andifes, na Pauta regular, sendo apresentada em maior detalhe a proposta, já com a nova denominação de Universidade Nova. Vários reitores de universidades federais decidiram se engajar em uma rede de discussão e acompanhamento do projeto.

Isto tudo tem significado decisiva ampliação do escopo original do projeto, honrando ainda mais sua inspiração anisiana.