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Esta pesquisa resulta da confluência de dois campos de interesse – o medo dos professores diante da violência motivada pelo tráfico de drogas nas escolas públicas da periferia de Maceió e como tudo isso interfere no processo pedagógico. Objetivou-se com esse estudo de abordagem qualitativa, compreender por que a escola silencia diante dessa violência, e se põe num dilema entre denunciar e não denunciar. Utilizaram-se, para isso, entrevistas realizadas com três professores de escolas estaduais e municipais de Maceió, bem como coleta em jornais alagoanos, de depoimentos de professores (também de escolas púbicas) vitimados pela violência. A partir disso, buscou-se identificar as condições de produção dos discursos desses professores. Além disso, discutiu-se a relação entre as influências do contexto em interação com esses sujeitos específicos dentro da escola e o silêncio sobre a violência das drogas, sob uma perspectiva psicanalítica. Tomou-se como referencial teórico para Análise do Discurso (AD), os pressupostos de Michel Pêcheux (2004), perspectiva teórica que propõe um imbricamento entre Lingüística e Psicanálise. Da primeira toma-se a linguagem e da segunda toma-se o conceito de inconsciente, a idéia de falha que coloca a possibilidade de deslocamento de sentidos, de transformações, de novas interpretações. Ainda como referencial teórico, recorreu-se a La Taille (2002) para entender a relação entre violência e ética; a Freud e Lacan como suporte psicanalítico para compreensão das relações interpessoais dos atores envolvidos no espaço escola-comunidade, dos silenciamentos diante da violência das drogas e das relações de perversão que permeiam essas relações. Os resultados permitiram compreender o lugar social do professor. Falando sobre a violência ele critica e nega a violência como estratégia de defesa da própria vida, pois ciente de que o tráfico e a delinqüência permitem estruturações perversas das relações de poder, abrindo portas para pactos bárbaros entre o tráfico e o Estado, mais propensos ao domínio de territórios e de grupos pelo uso da força bruta. A análise permitiu concluir que existe uma relação de sentidos que é mais forte; a “lei do silêncio” que existe há tempos ainda tem mais força do que o discurso jurídico atual, incapaz de transformar as práticas. Ainda que o discurso jurídico defina o procedimento, no caso da violência das drogas, ser denunciada pelo professor, a ausência de segurança por parte do Estado e o fortalecimento do poder do traficante acabam por silenciar o professor. O silenciamento ocorre porque o que se demanda da escola – reconhecer e denunciar – é um papel que ela não consegue cumprir: a dúvida que se coloca devido à tensão constitutiva de duas posições em conflito que geram ordens discursivas distintas, levando ao silêncio.
META FORM |
name="WebObraForm" |
FORM FIELD Título |
Ttulo |
O silêncio dos docentes: a droga e a violência nas escolas |
FORM FIELD Autor |
Autor |
SANT´ANA, Deise Franco |
FORM FIELD Ano |
Ano |
2007 |
FORM FIELD FormatoDaObra |
FormatoDaObra |
Dissertação de Mestrado |
FORM FIELD Instituição de Origem |
InstituiodeOrigem? |
Universidade Federal de Alagoas |
FORM FIELD Estado Instituição |
EstadoInstituio? |
Alagoas |
FORM FIELD Local Tema |
LocalTema? |
Maceió |
FORM FIELD Local de Publicação |
LocaldePublicao? |
Maceió |
FORM FIELD Instituição Responsável |
InstituioResponsvel? |
Universidade Federal de Alagoas/Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira |
FORM FIELD FormatoDisponivel |
FormatoDisponivel |
Texto integral |
FORM FIELD Número de Páginas |
NmerodePginas? |
111 |
FORM FIELD Idioma |
Idioma |
Português |
FORM FIELD Palavras Chave |
PalavrasChave? |
Análise do discurso; violência na escola; droga; medo; silêncio |
FORM FIELD Resumo |
Resumo |
Esta pesquisa resulta da confluência de dois campos de interesse – o medo dos professores diante da violência motivada pelo tráfico de drogas nas escolas públicas da periferia de Maceió e como tudo isso interfere no processo pedagógico. Objetivou-se com esse estudo de abordagem qualitativa, compreender por que a escola silencia diante dessa violência, e se põe num dilema entre denunciar e não denunciar. Utilizaram-se, para isso, entrevistas realizadas com três professores de escolas estaduais e municipais de Maceió, bem como coleta em jornais alagoanos, de depoimentos de professores (também de escolas púbicas) vitimados pela violência. A partir disso, buscou-se identificar as condições de produção dos discursos desses professores. Além disso, discutiu-se a relação entre as influências do contexto em interação com esses sujeitos específicos dentro da escola e o silêncio sobre a violência das drogas, sob uma perspectiva psicanalítica. Tomou-se como referencial teórico para Análise do Discurso (AD), os pressupostos de Michel Pêcheux (2004), perspectiva teórica que propõe um imbricamento entre Lingüística e Psicanálise. Da primeira toma-se a linguagem e da segunda toma-se o conceito de inconsciente, a idéia de falha que coloca a possibilidade de deslocamento de sentidos, de transformações, de novas interpretações. Ainda como referencial teórico, recorreu-se a La Taille (2002) para entender a relação entre violência e ética; a Freud e Lacan como suporte psicanalítico para compreensão das relações interpessoais dos atores envolvidos no espaço escola-comunidade, dos silenciamentos diante da violência das drogas e das relações de perversão que permeiam essas relações. Os resultados permitiram compreender o lugar social do professor. Falando sobre a violência ele critica e nega a violência como estratégia de defesa da própria vida, pois ciente de que o tráfico e a delinqüência permitem estruturações perversas das relações de poder, abrindo portas para pactos bárbaros entre o tráfico e o Estado, mais propensos ao domínio de territórios e de grupos pelo uso da força bruta. A análise permitiu concluir que existe uma relação de sentidos que é mais forte; a “lei do silêncio” que existe há tempos ainda tem mais força do que o discurso jurídico atual, incapaz de transformar as práticas. Ainda que o discurso jurídico defina o procedimento, no caso da violência das drogas, ser denunciada pelo professor, a ausência de segurança por parte do Estado e o fortalecimento do poder do traficante acabam por silenciar o professor. O silenciamento ocorre porque o que se demanda da escola – reconhecer e denunciar – é um papel que ela não consegue cumprir: a dúvida que se coloca devido à tensão constitutiva de duas posições em conflito que geram ordens discursivas distintas, levando ao silêncio. |
FORM FIELD Link |
Link |
http://bdtd.ufal.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=277 |
FORM FIELD Referência para Citação |
RefernciaparaCitao? |
SANT´ANA, D. F. O silêncio dos docentes: a droga e a violência nas escolas. 2007. 111f. Dissertação (Mestrado em Educação Brasileira). Universidade Federal de Alagoas, Alagoas. |
FORM FIELD Observação |
Observao |
Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital UFAL. |
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