CETAD UFBA

"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

Assembléia lança Frente Parlamentar sobre Drogas

Após o anúncio da criação da Superintendência de Prevenção e Tratamento de Usuários de Drogas e Apoio à Família, aconteceu no final de abril, uma sessão especial na Assembléia Legislativa da Bahia, convocada pelo deputado Sargento Isidório, para a criação de uma frente parlamentar que elaborará propostas para o novo órgão.

Em seu discurso de abertura, o parlamentar cobrou mais ações concretas por parte das três instâncias de governo e pediu mais atenção para os trabalhos desenvolvidos pelas comunidades terapêuticas. "Eu chamei essa reunião para tentar sensibilizar os corações das autoridades, pois respeitamos a vossa técnica e ciência, mas precisamos que respeitem também a nossa prática", enfatizou o deputado.

Ausência da universidade

O parlamentar também agradeceu e anunciou a presença de representantes de várias secretarias e órgãos públicos, assim como a participação de lideranças religiosas e diretores de comunidades terapêuticas, mas reclamou da ausência de representantes das universidades federais. "Eu queria ver aqui a universidade, pois não vi ninguém aqui representando a universidade federal", afirmou o deputado.

A queixa do parlamentar foi vista com estranheza por parte dos pesquisadores da UFBa, uma vez que os dois centros especializados em Álcool e Drogas vinculadas à esta instituição não receberam nenhum convite e nem informação oficial acerca da sessão especial.

Intersetorialidade e Liberdade de Escolha

Representando o secretário estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, a superintendente de Direitos Humanos, Denise Tourinho, esclareceu aos parlamentares presentes que a vinculação da nova superintendência à SJCDH se deve ao fato de um tema tão complexo exigir ações intersetoriais.

"Abrigar este órgão em Direitos Humanos se deve ao fato de que estas políticas [tratamento, reinserção social, prevenção e repressão] têm que estar transversalizadas. Não é só uma questão de saúde, mas de integração de todas as políticas", afirma Denise.

Tratamento Voluntário

A convite de Isidório, o psicanalista Roberto Curi palestrou sobre a crise social, enfrentada pela sociedade, de desvalorização da vida e do ser humano.

O psicanalista também defendeu o direito de escolha do usuário como fator fundamental para o sucesso de sua recuperação. "Ninguém resgata ninguém sem que esse alguém queira ser resgatado. O trabalho de mudança de cultura de qualquer ser humano não se dá sem seu consentimento", enfatizou Curi.


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