Práticas Educativas Parentais em Dependentes Químicos
por GRANETTO, Walter Eduardo em
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As práticas educativas parentais são definidas como classes comportamentais emitidas pelos pais que têm o objetivo de suprimir comportamentos indesejáveis e incentivar a ocorrência de comportamentos adequados nos filhos (uso de explicações, de punições ou de recompensas). Assim, este trabalho teve como objetivo descrever as práticas parentais relatadas por jovens internados numa instituição de recuperação de dependentes químicos e discutir com base em outras pesquisas, as possíveis relações de contingência entre as práticas parentais e o comportamento dos participantes. Participaram desta pesquisa nove adolescentes, de ambos os sexos, solteiros, com idades entre 17 a 21 anos, oriundos de famílias biparentais. Para obtenção dos dados foi utilizado ficha de identificação contendo dados sobre a idade e sexo dos participantes, a escolaridade e ocupação dos sujeitos e do casal parental, a renda familiar, o inicio de consumo de substâncias psicoativas, o consumo no último mês que antecedeu a internação e se houveram internações anteriores; um instrumento (Escalas de Qualidade de Interação Familiar – EQIF) e uma entrevista semi-estruturada. Os resultados mostraram que a maioria dos participantes da amostra estudada estava inserida em um ambiente familiar de risco para o desenvolvimento de condutas anti-sociais, pois eram pais que não utilizavam práticas positivas como o envolvimento paterno, supervisão e monitoria eficazes e diálogo com os filhos, mas utilizavam freqüentemente práticas negativas, principalmente a punição verbal e a comunicação negativa, caracterizando assim um ambiente familiar coercitivo. A presente pesquisa demonstrou a importância da família, em especial das práticas educativas, no desenvolvimento de problemas de comportamento nos filhos como o uso e dependência de drogas.