CETAD UFBA

"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

Um Olhar Sistêmico do Processo de Tratamento da Drogadicção na Família

por BRASIL, Valéria Rocha em

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Autor Ano Local de Publicação Local Tema
BRASIL, Valéria Rocha 2005 São Paulo São Paulo

Instituição de Origem Estado Instituição Instituição Responsável
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo São Paulo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica

Formato da Obra Formato Disponível Número de Páginas Idioma
Dissertação de Mestrado Texto integral 337 Português

Resumo

Este trabalho teve por objetivo compreender o funcionamento familiar ao longo do processo de tratamento do dependente químico, a partir do pensamento complexo descrito por Edgard Morin em sua obra. Para tanto, efetuei um estudo de caso longitudinal com uma família cuja filha, adolescente de dezoito anos, era dependente de drogas e passou por um tratamento especializado em regime de internação. A configuração familiar apresentou as seguintes características: ausência e desqualificação da figura paterna, figura materna muito presente, adicções no sistema intergeracional, incoerências constantes na educação dos filhos, dificuldade na comunicação, dispersão familiar, problemas de relacionamento entre os pais, a droga aparecendo como um fator de “união” e os filhos servindo para preencher o vazio da mãe. Esses aspectos coincidiram com padrões de funcionamento de outras famílias de drogadictos descritas em parte da literatura que aborda esse assunto. O processo de internação e de pós - internação do dependente químico junto à sua família foi permeado por movimentos paradoxais, contraditórios, ambíguos e antagônicos ocorrendo simultaneamente. A reinserção familiar do mesmo representou, dialogicamente, momentos de ordem e desordem se influenciando reciprocamente. A drogadicção passa a ser paradoxalmente necessária para a manutenção do status quo e da organização familiar, sendo, portanto, o tratamento e as mudanças do drogadicto ao mesmo tempo ameaçadoras e gratificantes para o sistema em questão. Os resultados mostram que trabalhar o processo de reinserção do dependente de drogas na família pressupõe compreender as relações complexas que se estabelecem neste fenômeno, assim como desenvolver um tratamento muito próximo, acolhedor e compreensivo a fim de construir novos arranjos possíveis no sistema, sem que a ameaça e as perdas superem os ganhos do processo de mudança.

Palavras Chave Toxicomania; família; tratamento
Link http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=344
Referência para Citação BRASIL, V. R. Um Olhar Sistêmico do Processo de Tratamento da Drogadicção na Família. 2005. 337f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Observação Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital PUC/SP.


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