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"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

Uso frequente de alcool maconha e cocaina entre pacientes esquizofrenicos : estudo caso-controle

por BOSCOLO, Marilia Montoya em

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Autor Ano Local de Publicação Local Tema
BOSCOLO, Marilia Montoya 2004 Campinas Campinas

Instituição de Origem Estado Instituição Instituição Responsável
Universidade Estadual de Campinas São Paulo UNICAMP: Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

Formato da Obra Formato Disponível Número de Páginas Idioma
Tese de Doutorado Texto integral 200 Português

Resumo

O objetivo deste trabalho é estudar o fenômeno do uso de Substâncias Psicoativas_SPA(álcool maconha e cocaína) na esquizoftenia. Trata-se de estudo comparativo, casocontrole, de dois grupos de pacientes esquizoftênicos pareados por sexo e idade, que preencheram os critérios diagnósticos do DSMIV para esquizoftenia. O grupo caso é definido por pacientes esquizoftênicos que têm história de uso fteqüente de álcool na vida e no último mês e/ ou história de uso fteqüente de maconha e/ou cocaína na vida. O grupo controle é definido por pacientes esquizoftênicos sem esse antecedente de uso de álcool e/ou maconha e/ou cocaína. Este estudo é um aprofundamento da pesquisa de mestrado da autora. A amostra foi composta por 63 pacientes por grupo, internados no Instituto Américo Bairral no município de Itapira - SP, internados na enfermaria ou acompanhados no ambulatório de Psiquiatria do HC-UNICAMP ou matriculados no CAPS Integração (Centro de Atenção Psicossocial) da Prefeitura Municipal da cidade de Campinas-SP. Foram estudadas variáveis demográficas, histórico psiquiátrico, psicopatologia (Escala P ANSS e GAS), . funcionamento familiar (GARF), tratamento farmacológico, sintomas extrapiramidais (ESRS), qualidade de vida (QLS) e impressão subjetiva do paciente em relação à medicação (DAI-3D e SSAS), ao álcoo_ maconha e cocaína (SSAS). Para a análise descritiva utilizou-se medidas de posição e dispersão para variáveis contínuas e tabelas de fTeqüência para variáveis categóricas. Para comparar proporções foi utilizado o teste Qui-quadrado ou o teste Exato de Fisher, quando necessário. Para comparação de medidas contínuas ou ordenáveis entre os dois grupos foi utilizado o teste de Mann Whitney. Para identificar as variáveis que diferenciam os grupos foi utilizada a análise de regressão logística multivariada - modelo logito, com nível de significância de 5% Os resultados demostram que os pacientes esquizoftênicos que usam álcool e/ou maconha e/ou cocaína, têm tendência a melhor desempenho escolar, são mais ativos profissionalmente e têm mais capacidade para realizar atividades da vida diária. Eles têm mais sintomas positivos e menos sintomas negativos da esquizoftenia. No entanto, têm pior adaptação social, mais internações e fazem maior uso de tabaco. Estes pacientes, com o uso da medicação, sentem subjetivamente que "os efeitos ruins dos remédios estão sempre presentes" e que "não há diferença em tomar ou não a medicação_dá na mesma". Além disso, eles têm objetivamente mais sintomas extra piramidais e subjetivamente, piora dos sintomas negativos, com o uso da medicação. Neste estudo, os pacientes do grupo caso podem estar fazendo uso de álcool e/ou maconha e/ou cocaína, para aliviar os efeitos extrapiramidais da medicação antipsicótica. Este achado, reforça a teoria do modelo da automedicação, que postula que os pacientes esquizo:fTênicos fariam uso de álcool e/ou drogas para atenuar os efeitos extrapiramidais indesejáveis dos antipsicóticos. A relação subjetiva com o álcool parece ser percebida como favorecedora de melhor interação social, bem como com a maconha. Essa última, no entanto, piora os sintomas negativos e acentua a sensação de pensamento confuso. A cocaína parece produzir subjetivamente mais alegria e maior capacidade de atenção; mas por outro lado, os pacientes sentem-se subjetivamente mais hostis, mais tensos, com mais sintomas positivos e negativos da esquizo&enia. A análise multivariada distinguiu os grupos caso e controle nas seguintes variáveis: os pacientes do grupo caso, quando comparados aos pacientes do grupo controle, são mais ativos laboralmente, tem mais antecedentes de uso de álcool na família e melhor estimativa global da inteligência. Eles têm menos sintomas negativos, menos esquiva social, menos maneirismos, no entanto, mais grandiosidade e mais falta de cooperação. A qualidade de vida demonstra mais relacionamentos interpessoais, no entanto, menos consistência intrapsíquica. Eles têm, subjetivamente mais sintomas negativos com o uso da medicação e mais sintomas extrapiramidais. Um achado paradoxal neste estudo é que os pacientes esquizo&ênicos que usam SP A apesar de terem potencialmente uma apresentação menos grave da esquizo&enia com melhor funcionamento cognitivo, por algum motivo têm pior evolução fazendo uso de álcool e/ou maconha e/ou cocaína

Palavras Chave Drogas , Esquizofrenia , Psicopatologia , Qualidade de vida
Link http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000341365
Referência para Citação BOSCOLO, M. M. Uso frequente de alcool maconha e cocaina entre pacientes esquizofrenicos: estudo caso-controle. 2004. 200f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas). Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.
Observação Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital UNICAMP .


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