CETAD UFBA

"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

A experiência da toxicomania e da reincidência a partir da fala dos toxicômanos.

por SANTOS, Clayton Ezequiel dos  and  COSTA-ROSA, Abílio da. em

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Autor Ano Local de Publicação Local Tema
SANTOS, Clayton Ezequiel dos  and  COSTA-ROSA, Abílio da. 2007 São Paulo  

Instituição de Origem Estado Instituição Instituição Responsável
Estudos de Psicologia (Campinas) São Paulo PPG em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Formato da Obra Formato Disponível Número de Páginas Idioma
Artigo em Magazine Texto integral 16 Português

Resumo

Este estudo teve como objetivo examinar o fenômeno da toxicomania e sua reincidência a partir da fala dos toxicômanos. Foi realizado em instituição especializada no tratamento da dependência química e problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas, contando com dados do acompanhamento de onze sujeitos. Utilizou-se o referencial teórico psicanalítico para a escuta de indivíduos em situação de toxicomania, com o dispositivo das entrevistas preliminares, dentro do referencial da "clínica da urgência" em psicanálise. Os resultados do trabalho de escuta e da reflexão apontaram uma série de características psicológicas dos indivíduos estudados de clara relevância para o planejamento de estratégias individuais ou coletivas de atenção ao problema. Destacamos a hipótese de duas modalidades de toxicomania relacionadas com as formas particulares da subjetividade em que ocorre. A questão da reincidência na toxicomania aparece como um falso problema para os sujeitos, que demonstraram que a desintoxicação, concomitante à abstinência e provocada pela internação, é somente um momento de privação, simultaneamente necessária e forçada, do gozo propiciado pela droga. Finda a internação segue-se, geralmente, um novo período de uso. A aceitação da abstinência não significa que os sujeitos fazem uma renúncia, correlata, ao desejo pela droga. É apenas uma parada provavelmente ligada à menor tolerância psíquica à modalidade de gozo em ação na toxicomania, um gozo capaz de confrontar o sujeito com a morte. A abstinência forçada, como estratégia da política pública de saúde, presente no tratamento comum da toxicomania, mostrou conseqüências altamente negativas para o resultado do tratamento, parecendo indicar a necessidade de sua revisão urgente. Procurou-se problematizar a questão da abertura à dimensão subjetiva da experiência dos toxicômanos como estratégia capaz de interferir na trajetória dos sujeitos na relação com as drogas a partir do momento em que buscam ajuda.

Palavras Chave psicanálise; reincidência; saúde coletiva; toxicomania
Link Artigo
Referência para Citação SANTOS, Clayton Ezequiel dos  and  COSTA-ROSA, Abílio da. A experiência da toxicomania e da reincidência a partir da fala dos toxicômanos. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2007, vol.24, n.4, pp. 487-502. ISSN 0103-166X.
Observação Material linkado com o banco de dados do Scielo.


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