CETAD UFBA

"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

Curso do Consultório de Rua integra a rede de atenção de Lauro de Freitas

Na última quarta (22), aconteceu a terceira e última aula do curso de formação da equipe de Consultório de Rua do município de Lauro de Freitas, que atuará junto a crianças e jovens do município, específicamente usuários de drogas em situação de vulnerabilidade social.

O curso é uma das ações da supervisão orientada pelo Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD/UFBA), que é responsável pela coordenação dos projetos de Consultórios de Rua nos municípios que fazem parte do programa federal Ações Integradas na Prevenção ao Uso de Drogas e Violência, lançado pela SENAD e pelo PRONASCI. A equipe de Salvador também já está sendo qualificada e em Camaçari, a previsão é de que o curso seja iniciado no próximo mês.

Em Lauro de Freitas, além dos integrantes do projeto, também foram convidados para a formação, outros integrantes de organizações civis e governamentais que desenvolvem ações junto ao público-alvo do Consultório de Rua. Funcionários do CAPS ad, conselheiros tutelares, profissionais de segurança pública e membros da organização Mulheres da Paz foram alguns dos profissionais convidados pela coordenadora do projeto em Lauro de Freitas, Flávia Maria de Souza.

As Mulheres da Paz, Alexsandra Paiva e Arilda Leal, afirmaram ter gostado do curso, por ter desmistificado para elas muitos conceitos, como a questão atual de cosumo do crack. "Antes, eu achava que para os usuários de crack não restava mais nenhuma oportunidade de melhora, de reestabelecimento, mas agora consigo enxergar outras possibilidades para eles", afirma Alexsandra.

A coordenadora executiva do Consultório de Rua, a assistente social Andrea Leite, afirma que a participação de outros setores que atuam na atenção a usuários de substâncias psicoativas no município é fundamental para que rede possa discutir e compreender a lógica do trabalho que será desenvolvido pela equipe. "O público-alvo do Consultório de Rua faz parte do mesmo que deverá circular em outros serviços como os Conselhos Tutelares e o CAPS, portanto, só enriquece trazer a rede para esta formação", argumenta Andrea.

O supervisor técnico da equipe de Lauro de Freitas, o psicólogo João Martins, avalia positivamente o desempenho da equipe. "Eles estão constituindo um grupo, com entendimento comum e com características que favorece trabalhar com a rede", afirma. De acordo com Martins, os próximos passos são a identificação do território - principalmente porque não se verifica no município crianças em situação de rua -, e a construção de estratégias de atuação em campo.


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