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RADIONOVELA E SOFTWARE LIVRE: AS CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS PARA A SOCIEDADE Carla de Oliveira. alanis_kal@yahoo.com.br Dart Araújo. dart_araujossa@yahoo.com.br Fabiana Costa. fabiana270285@yahoo.com.br Géssica Aragão. gessica_aragao@yahoo.com.br Otanísia Costa. octanisia@yahoo.com.br Verônica Terto. veronicaterto@yahoo.com.br FACED-UFBA

Resumo O artigo discute questões sobre o Software Livre na sociedade contemporânea. Este abordará as principais problemáticas acerca da origem, conceito, distribuição, utilização e principalmente sobre o uso do Software Livre para potencializar uma efetiva inclusão digital. Analisará também o software livre associado à educação e ao rádio, meio de comunicação que permanece se adequando às inovações tecnológicas. Associado ao elemento web, o rádio aumenta seu potencial social, e, se usado de forma democrática, realmente a serviço do povo, cria meios para a produção de novos conhecimentos, divulgação de suas produções bem como a troca de conhecimentos, a discussão, o debate e o desenvolvimento do senso crítico, possibilitando a compreensão e a transformação da dinâmica social na qual vivemos e da qual devemos ser sujeitos atuantes. Para materializar nossa discussão sobre a temática, tivemos como produto uma radionovela, produzida em software livre.

Palavras-chave: Software Livre, Educação e Rádio.

Introdução Vivemos em um mundo em constante mudança. O que marca a sociedade contemporânea é a presença das tecnologias digitais, uma vez que quase todas as relações e movimentos de nossa época têm a ver direta ou indiretamente com elas. E qual o fator essencial para fazer uso delas? Como isso pode amenizar as problemáticas sociais? As mazelas presentes no contexto social estão longe de serem resolvidas pela boa vontade do poder público, mas a sociedade, a partir do momento que toma consciência dessa realidade, pode perceber quão abrangentes são as possibilidades de reação, fazendo uso de ferramentas tecnológicas com grande poder de comunicação: manifestações, articulações, denúncias e, principalmente, exigências para que haja respeito dos seus direitos básicos. Fazendo uso crítico e consciente das tecnologias, explorando seu potencial, abrem-se as tentativas de oportunizar aos indivíduos o entendimento de que a inclusão implica em muito mais que ter acesso à algo e sim poder usá-lo de forma que contribua para além dos seus próprios benefícios, também os da sociedade como um todo. Ou seja, a dinâmica deve funcionar de forma que cada um crie ou aperfeiçoe as tecnologias em prol do desenvolvimento social. E para tal, existe um universo de instrumentos de mídia, elaborado com software livre, cuja trajetória, desde o surgimento, está marcada por ser um mecanismo que visa estabelecer um elo entre a sociedade e suas possibilidades de melhoria individual e coletiva. Através da escolha de um desses instrumentos da mídia, a radionovela, irá se promover, por um lado, a difusão e o entendimento do movimento software livre, de forma que fiquem bastante evidentes seus benefícios e sua importância no contexto social, a fim de quebrar a hegemonia que existe em relação aos softwares proprietários. Por outro lado, despertar a idéia de que quanto mais compartilhamos e socializamos conhecimentos, mais eles crescem, possibilitando assim, um melhor desenvolvimento social. Utilizamos a radionovela pela relevância desse meio no contexto educacional e na formação da comunidade. As orientações apresentadas nesse artigo baseiam-se no levantamento bibliográfico dos autores: Silveira (2004), Pretto (2006), e nas informações disponibilizadas no site do Projeto Software Livre Bahia (PSL-Ba 2004), como também nos blogs de graduandos da FACED. Como produto desse estudo, foi produzida uma radionovela, inspirada no texto de Valois Filho (2004).

O software livre Para entendermos melhor o que é software livre, é preciso saber o que é um software. O software corresponde a qualquer programa de computador. É um conjunto de informações digitais escritas em linguagem de programação; uma estrutura lógica desenvolvida por programadores, que realiza funções dentro de um sistema computacional, diferentemente do hardware, que é representado por monitores, impressoras, mouses, placas, memórias, etc. O software, por não ser físico, e sim lógico, não sofre desgastes e pode ser duplicado e armazenados em disquetes, cds e HD, sendo que cópias poderão ser transportadas de um computador para outros sempre que conectados a uma rede ou através de uma mídia. Em outras palavras, pode-se dizer que o software é o meio que torna possível o funcionamento do computador no que diz respeito à dinâmica de troca e processamento de informações. Existe um mecanismo necessário e indispensável para a compreensão e aperfeiçoamento de um software: o seu código-fonte - a essência de um programa de computador. Código-fonte é o "conjunto de palavras escritas de forma ordenada, contendo instruções em uma das linguagens de programação existentes no mercado, de maneira lógica. As linguagens compiladas, após ser compilado o código fonte, transforma-se em software” (Wikipedia). Sem ele, nada acontece, ele é que vai informar o que o programa vai fazer. Tudo começa no mesmo. Um software é denominado como proprietário quando tem seu código fonte em mais absoluto sigilo, sendo assim, inacessível às alterações. Tal característica é produto de estratégia comercial que visa impor à sociedade pagar por versões atualizadas. Um software pode ser considerado livre quando possui quatro liberdades: uso, cópia, modificação e redistribuição. O conhecimento do código-fonte torna-se necessário para isso. Tendo esse código em mãos, associado às quatro liberdades acima mencionadas, garante-se que a produção de conhecimento ficará livre, disponível a todos. A liberdade de um software é garantida pela suas licenças especiais que podem ser mais ou menos restritivas. A mais utilizada é a GPL (Licença Pública Geral). Dentro da GPL está o conceito de copyleft, que é uma forma de usar o copyright para impedir qualquer tipo de restrição, garantindo a liberdade. O copyleft garante o reconhecimento do autor. É necessário não confundir software livre com software gratuito ou aberto. Um software pode ser distribuído gratuitamente e não ser livre. Um software pode ter seu código-fonte aberto e de alguma forma sofrer restrições em uma das quatro liberdades, o que faz com ele não seja livre. Mas, ainda assim, “os custos de aquisição dos programas livres são bem menores, sua concepção vislumbra a liberdade de produção e compartilhamento do conhecimento e o desenvolvimento e a independência tecnológica nacional, o que implica em melhoria da conjuntura sociocultural e econômica do país (Projeto Sou Livre Também, 2004).

Surgimento do software livre Durante as décadas de 60 e 70, os programadores compartilhavam seus códigos fontes uns com os outros, todos podiam modificar o programa e também partilhavam as mudanças, cujos princípios de liberdade e cooperação se assemelham aos da cultura hacker, que segundo a Wikipedia, é "o que os antropologistas chamam de cultura de doação . Tem como base a reputação e ganha-se status por doar seu tempo, sua criatividade, e os resultados de sua habilidade". Entretanto, com o avanço tecnológico e a crescente necessidade do uso do computador, as grandes empresas começaram a criar seus produtos para se firmar no mercado, se apropriando de programas e seus códigos fontes, tornando-os segredo comercial, ou seja, as empresas vendiam seus programas mas não disponibilizavam seus códigos fontes,impondo inúmeras restrições referentes à compra, utilização e divulgação dos programas, sem falar no alto custo. Nos anos iniciais da década de 80, um pesquisador chamado Richard Stallman deu início ao projeto GNU, que significa: “GNU is not Unix”, um acrônimo recursivo, que era muito utilizado na época. O GNU foi baseado no Unix, o primeiro sistema operacional a ser criado com uma filosofia não colaborativa, que serviu de base para a criação do Minix (sistema operacional também proprietário). O projeto GNU teria a finalidade de criar um sistema operacional livre que fizesse o mesmo que o Unix, inclusive sendo capaz de rodar programas e aplicativos do Unix. A idéia ganhou adeptos e em 1984 foi fundada a Free Software Fundation, como mostra Valois Filho (2004). . Em 1991, Linus Torvalds, um matemático finlandês, desenvolveu o núcleo (centro responsável pela articulação), chamado kernel, para o sistema operacional do tipo Unix, em formato livre. Com a ajuda de vários colaboradores, o software foi aperfeiçoado e assim surgiu o sistema operacional GNU/Linux. Vários outros softwares livres foram criados depois disso, como o apache, o gimp e o openoffice.org, conforme apontado por Silveira (2004).

O Movimento do Software livre atualmente A comunidade do Software Livre envolve mais de 10 milhões de pessoas, sendo composta por hackers (pessoas que possuem conhecimento profundo sobre informática, programação e sistemas) e pessoas das mais diversas áreas de conhecimento como direito, administração, comunicação e educadores, além de outros. Por todo o Brasil há vários Movimentos Software Livre, que por sua vez fazem parte de um movimento mundial. O governo brasileiro vem incentivando cada vez mais o uso de software livre nas repartições públicas, reduzindo sensivelmente os custos com licenças de software proprietário, sendo que a economia antes gasta em licenças e compras, hoje pode ser direcionada para outros investimentos em pesquisas e tecnologia nacional, e até mesmo em setores sociais problemáticos. Não se restringe, porém, a intensificação do movimento do software livre em instituições educacionais, às diminuições de custos. Trata-se de despertar no publico docente e discente o interesse pela nova cultura que, apesar de estar sendo muito difundida, ainda é pouco conhecida e/ou simpática a alguns olhos. Como exemplo de mobilização nessa trajetória do movimento, encontra-se o projeto Sou Livre Também, da Faced/UFBA, “que busca criar espaços para debate, experimentação, utilização, produção de conhecimento e criação de cultura em torno da articulação das temáticas Software Livre, Inclusão Digital e Formação de Professores.” ( Projeto Sou Livre Também, 2004).

Vantagens do software livre As vantagens mais evidentes e significativas do software livre são: liberdade, melhor desempenho e estabilidade, independência de fornecedor, segurança e menor suscetibilidade a ataque de vírus, possibilidade de fazer adequações, gerenciamento e investimento em hardware, confiabilidade, custo social baixo. No caso das empresas que trabalham com softwares, além de diminuir o gasto com licenças e royalties, proporciona a vantagem de oferecer aos clientes softwares personalizados, conforme suas necessidades específicas. Aos usuários, a vantagem de escolher a versão disponível que acharem mais adequada (GUESSER, 2007). Todos esses benefícios nos mostram que o software é uma opção totalmente viável, socialmente justa, segura e com custo mais baixo. O mais importante, porém, em especial no que se refere à educação, é a liberdade, a produção e divulgação do conhecimento, à disposição de todos. Tudo isso se move no propósito de fazer com que essa liberdade adquirida possa ser entendida como meio propulsor na mudança das dinâmicas políticas e sociais. E no âmbito educacional isso pode ser identificado quando o educar seja mais que colocar a criança na escola e sim despertá-la para seu papel crítico e reflexivo diante da sociedade.

Modelo bazar e o modelo catedral Essa denominação, de acordo com Silveira (2004), foi criada pelo hacker norte-americano Eric Raymond. O modelo bazar é o modelo como os softwares livres são produzidos, baseado na colaboração e na interação. Seu modelo de negócios tem como base serviços, buscando vender desenvolvimento, capacitação e suporte, o que exige inovação. O modelo catedral é o modelo proprietário, fechado e hierarquizado, com modelo de negócios baseados em licenças. As empresas de software proprietário controlam o código-fonte dos seus softwares e apenas permitem que os usuários tenham acesso ao seu código executável. Ao explanar as dinâmicas do diferentes modelos é inevitável associar a modelos educacionais, às modificações que foram acontecendo junto com as transformações na sociedade. Já tivemos momentos marcados por uma educação autoritária, baseada em métodos que deveriam ser tão somente seguidos e perpetuados. Como já foi mencionado, o que marca a sociedade contemporânea é a presença das tecnologias digitais. A educação, por sua vez, nesse contexto, encontra-se firmada no propósito de formar indivíduos críticos, co-autores dos processos e dinâmicas que vivenciam, com desejo de mudanças capazes de promover o desenvolvimento social. Daí vem a importância tão grande do software livre, com o seu modelo bazar, para que essa educação se torne realidade, onde todos tenham as condições necessárias para produzir conhecimento, trocar idéias e informações, sem hierarquização de pessoas e saberes, numa produção coletiva, onde todos são sujeitos ativos e participantes do processo, baseado na inteligência coletiva e na ajuda mútua. Isso muda a relação do professor e dos alunos com o saber, que deixa de ser algo pronto e acabado, a ser integralmente transmitido como verdade absoluta e passa a ser algo que está em constante construção, que faz parte de um processo onde todos se beneficiam e ao mesmo tempo são capazes de beneficiar outros, por estarem articulados. É valido ressaltar, que outros eficazes meios de comunicação, têm o imprescindível papel, para não dizer responsabilidade, de promover a difusão de todos os movimentos que se mostrarem pertinentes ao desenvolvimento social. A escola, sem dúvida, deve caminhar lado a lado com esses meios, trabalhando não só na questão do seu acesso como também do seu entendimento. Um desses meios, bastante eficaz pelo seu alcance e versatilidade ao longo dos anos e das inovações tecnológicas, tendo um grande potencial educacional que ainda não foi totalmente explorado, é o rádio.

O rádio e a educação O rádio, além de ser um meio de comunicação eficaz não só para a transmissão de informações, mas para educação, sendo esta a sua finalidade e intenção inicial no Brasil, tem um papel social muito importante. Se usado de forma democrática, pode ser colocado realmente a serviço da comunidade, como veículo de expressão cultural, um meio de mobilização social, discutindo as informações passadas pelos demais meios de comunicação de massa de forma questionadora, crítica, levando à interatividade e ao respeito à diversidade cultural. Adaptando-se às inovações tecnológicas, tendo agora presente o elemento web, o rádio muda a relação tempo e espaço, pois torna possível escolher o que ouvir no horário em que for conveniente, sem falar que aumenta o alcance do que está sendo produzido e transmitido, mantendo sua característica de responder às necessidades de informação e entretenimento da sociedade.. Segundo Cunha (2004), "o que se observa no encontro ou diálogo do rádio com a internet é o aproveitamento de suas melhores características, em favor de uma comunicação de qualidade. O rádio permanece como áudio, em tempo real, mas oferece informação on demmand, podendo estar presente no mesmo telefone celular que hoje se populariza". Ao debater sobre a Teoria do rádio de Bertold Brecht, Zuculoto (2005) afirma que O rádio tem, hoje, a possibilidade sempre maior de ser meio de expressão, se explorar e adaptar seus recursos técnicos, de linguagem e de conteúdo às novas tecnologias e aos novos tempos da humanidade. O rádio continua a ter potencial para ser o veículo mais popular e de maior alcance de público. E permanece sendo o de maior imediatismo, instantaneidade de transmissão. E cita o próprio Brecht ao falar sobre o papel que a rádio deveria ocupar: É preciso transformar o rádio, convertê-lo de aparelho de distribuição em aparelho de comunicação. O rádio seria o mais fabuloso meio de comunicação imaginável na vida pública, um fantástico sistema de canalização.Isto é, seria se não somente fosse capaz de emitir, como também de receber; portanto, se conseguisse não apenas se fazer escutar pelo ouvinte, mas também pôr-se em comunicação com ele. A radiodifusão deveria, conseqüentemente, afastar-se dos que a abastecem e constituir os radiouvintes como abastecedores. Portanto, todos os esforços da radiodifusão em realmente conferir, aos assuntos públicos, o caráter de coisa pública são totalmente positivos (BRECHT apud ZUCULOTO, 2005) O uso da rádio web na educação irá proporcionar aos alunos o contato com as novas tecnologias, aprendizagem de modo criativo, produção de novos conhecimentos, divulgação de suas produções bem como a troca de conhecimentos, a discussão, o debate e o desenvolvimento do senso crítico, o que contribui grandemente para que haja uma maior informação e formação sobre o software livre.

Considerações finais Durante esta produção, percebe-se que não se trata apenas de ter o código-fonte, mas de ter liberdade, conhecer os processos e fazer uso da tecnologia de modo que nos beneficie individual e coletivamente, de forma simples e confiável, de custo social baixo e acima de tudo, livre. O incentivo de uso por parte do Governo Federal do Software Livre em locais como infocentros e instituições públicas reduz gastos significativos no que diz respeito às licenças de Software proprietário. O país precisa dessa iniciativa para firmar sua independência tecnológica e com isso, permitir que as desigualdades sociais possam ser amenizadas. "Devemos usar a tecnologia para que a sociedade se organize em prol de objetivos comuns. É preciso que se criem comunidades de aprendizagem (virtuais ou presenciais) para que se formem relações horizontais. Dessa forma, os membros das comunidades poderão promover trocas interativas, discutir, trocar informação, construir conhecimento, formar inteligência coletiva. As tecnologias digitais estão em todos os setores, nós somos organizados por elas, vivemos com elas. Elas trazem um volume de informação imenso, essas informações trazem conhecimento e do conhecimento, aprendizagem. Mas para que a sociedade possa chegar à aprendizagem não ao mero consumo do que é passado, precisa ser incluída, precisa se incluir. Inteligência coletiva: Aprendizagem recíproca de todos. (VIEIRA, 2007)

A produção da radionovela foi uma forma que utilizamos para, além de deixar claro a importância da construção coletiva, socializar, de uma maneira agradável, toda a trajetória do software livre como alternativa ao modelo tecnológico imposto pelo mercado. Esperamos que esse produto de mídia chegue às escolas e à comunidade e ajude a esclarecer sobre o que é o software livre, sua importância e as vantagens de utilizá-lo. Constata-se então que a luta não é somente pela redução de gastos com licença e sim contra o monopólio, a favor da liberdade das idéias, da produção, a favor da coletividade, do verdadeiro sentido de articulação em rede, onde não podemos ser meros expectadores, mas colaboradores. A educação, como meio que pode gerar a transformação, ajudando no desenvolvimento do senso crítico e na formação de pessoas que mais do que questionar têm capacidade de propor soluções e estratégias frente ao contexto atual, precisa estar cada vez mais engajada na busca por essa liberdade e pela construção coletiva do conhecimento, usando os diversos meios que a vasta inteligência humana tem colocado à disposição.

Referências bibliográficas: Cartilha do software livre, PSL-BA. Disponível em: http://twiki.dcc.ufba.br/bin/view/PSL/CartilhaSL CUNHA, Mágda. Rádio e Internet: o Encontro de Duas Grandes Invenções. 2004. Disponível em: http://hdl.handle.net/1904/17662 . Acesso em 19/04/2007. GUESSER, Adalto Herculano. Software livre e controvérsias tecnocientíficas: Uma análise sociotécnica no Brasil e em Portugal. Curitiba: Juruá, 2007. PINHEIRO, Walter. Software livre: a liberdade chegou! — Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2001. PRETTO, Nelson De Lucca e PINTO, Cláudio da Costa. Tecnologias e novas educações. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 11, n. 31, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 23 Abr 2007. Pré-publicação. Projeto Sou Livre Também. 2004. Disponível em http://www.twiki.faced.ufba.br/twiki/bin/view/GEC/SouLivreTb. Acesso em 18/04/2007. PSL-Ba. Projeto Software Livre Bahia, 2004. Disponível em http://twiki.dcc.ufba.br/bin/view/PSL .Acesso em 18/04/2007 SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Software livre: A luta pela liberdade do conhecimento. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004. VALOIS FILHO, Djalma. O que é Software Livre? 2004. Disponível em : http://www.gnus.com.br/index.py?a=service&id=1&act=downloads . Acesso em: 18/04/2007. VIEIRA, Verônica Terto Ferreira Vieira, Inteligência coletiva: Aprendizagem recíproca de todos. In: Coração de Estudante. Disponível em: http://veuvieira.blogspot.com Acesso em 17 de Abril de 2007. WIKIPEDIA Portugal. Código fonte. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_fonte. Acesso em 18/04/2007. ZUCULOTO,Valci Regina Mousquer.Debatendo com Brecht e sua Teoria do Rádio (1927-1932): um diálogo sempre atual sobre o papel social e as potencialidades da radiodifusão. Disponível em : www.carosouvintes.com.br/universidade/ValciZuculoto.pdf. Acesso em 19/04/2007.

ANEXO Roteiro da Radionovela, inspirada no texto “O que é software livre?”, de Djalma Valois Filho. Pessoa1: Puxa, e agora? Justamente no final do trabalho, e eu tinha que entregar amanhã! Pessoa 2: - O que aconteceu Pat? Pessoa 1 : - Meu micro deu tilte, perdi o trabalho todo. Pessoa 2 : - Não foi o seu micro. Foi o seu sistema operacional. Pessoa 1: - Ops, o que é isso? Pessoa 2: - É o sistema operacional que controla o seu micro. São os programas responsáveis pela maioria das operações de um computador. Pessoa 1: - Mas a minha versão é a mais atual e custou tão caro! Pessoa 2: - Pois é! Você pagou tudo isso para ver seu computador congelado... Poderia ter pago bem menos e conseguido um sistema operacional estável. Pessoa 1: - E isso é possível? Pessoa 2:- Claro que sim! Se chama GNU/LINUX e faz parte do projeto Free Software Foundation . Pessoa 1: - São programas gratuitos? Pessoa 2: - Não necessariamente precisam ser gratuitos, são livres. Pessoa 1: - Então quer dizer que eu posso copiar? Pessoa 2: - Isso! O mesmo não acontece com os programas proprietários, que você adquire o direito de uso e mais nada. Pessoa 1: - Isso não acontece com o software livre? Pessoa 2: - Não. O softaware livre possui licença que permite que as pessoas mantenham o direito de utilização e impeçam quaisquer tipos de restrições. Pessoa 1: - Uai! Me conta essa história direito! Pessoa 2: - Acho melhor começar pelo começo... Era uma vez, um estudante universitário chamado Richard Stallman, que junto com outros colegas, trabalhavam com computadores de grande porte. Em 1984 eles receberam de presente, no laboratório de informática, uma impressora laser da Sheroxy. Em pouco tempo eles começaram a verificar que tinham problemas, apesar da ótima qualidade da impressão. Pessoa 1: - Eles também tinham esse problema com a impressora matricial? Pessoa 2: - Não, eles tinham desenvolvido vários programas que faziam todo o controle da impressora através dos terminais de usuários. Ele pretendia aplicar esse programa na impressora laser. Stallman marcou uma conversa com o representante da impressora... Para poder aplicar a interface na laser,assim pediu que o representante fornecesse o driver. Stallman:- Nós pretendemos melhorá-lo, dando condições de operação mais razoáveis. Fabricante: Não, não, não. Não vamos sair por aí distribuindo. Pessoa 2: - Mas o representante percebeu que isto poderia render-lhe dinheiro, aí veio a proposta... Fabricante: Vamos fazer o seguinte. Eu... Tenho aqui um documento. É um acordo de não-revelação, não poderá contar a ninguém sobre a implementação no programa e nem poderá revelar como é o programa atual. Stallman: Mas isso é um absurdo! Nós vamos melhorar o que existe e as pessoas não vão poder se beneficiar do nosso trabalho? Fabricante: Claro que vão, quando comprarem de nós a próxima versão do programa. Afinal, nós somos os proprietários e não queremos que os outros fiquem por aí mexendo à vontade nos nossos produtos. Stallman: ABSURDO!!!! Pessoa 2: -Stallman retorna à universidade angustiado, tenso , tentando encontrar uma saída. Stallman: Tive uma idéia, eu iria cometer um engano terrível, precisamos construir um movimento onde o software seja livre!!! Pessoa 2: - E foi assim que teve início o movimento com o propósito de iniciar uma luta onde o produto da inteligência humana fosse livre. Para que todos pudessem contribuir, produzir e participar do desenvolvimento tecnológico. Stallman: Companheiros, temos que nos unir em prol da coletividade. O resultado de nossas pesquisas e projetos deverá ser de uso público, sem restrições. Pessoa 2:- A 1ª coisa que o grupo de Stallman percebeu era que necessitavam de um compilador livre e de um editor que ajudassem os programadores a produzirem seus programas. Stallman: Vamos criar o GCC, que será um compilador livre e um editor de texto. Pessoa 2: O compilador desenvolvido foi o C e o editor de texto foi o Emacs. Pessoa 2: - Como o sistema operacional que estava sendo criado era baseado no Unix, eles chamaram de GNU, que significa: “GNU is not Unix”, um acrônimo recursivo, que era muito utilizado na época. Pessoa 1: - Mas se GNU não é Unix... Então o que ele é? Pessoa 2: - O Unix foi o primeiro sistema operacional a ser criado com uma filosofia não colaborativa, que serviu de base para a criação do minix, e é um software proprietário. O Gnu é baseado no Unix, mas é livre !!! Pessoa 1: - E como a gente sabe que um programa é livre? Pessoa 2: - É simples. Para ser livre, ele tem que se enquadrar em 4 regras básicas: 1.O programa poderá ser executado, não importando o objetivo que o levaram a fazê-lo. 2.Você tem a liberdade de modificar o programa e adaptá-lo às suas necessidades 3.Você tem a liberdade de redistribuir cópias dos programas livres, tanto gratuitos quanto vendidos. 4.E você também tem liberdade de redistribuir versões modificadas do programas de modo que a comunidade pode beneficiar-se das modificações que tenha feito. Pessoa 1: - Deixa ver se eu entendi... Eu posso executar o programa independente de para que fim seja. Pessoa 2: - Isso mesmo. Pessoa 1: - Eu posso alterar o programa da forma que achar adequado e deixá-lo do jeito que quiser. Pessoa 2: - Exatamente. Pessoa 1: - Eu tenho a liberdade de copiar o programa e dar para um amigo ou atá vendê-lo. Pessoa 2: - Muito bom. Pessoa 1: - Eu tenho liberdade de redistribuir o programa com todas as modificações que eu tenha feito. Pessoa 2: - Parabéns, você acertou todas! Pessoa 1: - Puxa, como esse negócio de software livre é fantástico! Mas, que mal lhe pergunte, como é possível ganhar dinheiro com isso? Como que os programadores sobrevivem? Pessoa 2: - Vamos esclarecer uma coisa: A nossa sociedade existe e deve basear-se na ajuda mútua dos seres humanos. Quantas vezes você ou eu já ajudamos pessoas de maneiras diferentes? Pessoa 1:- Mas nem todo mundo é assim. Pessoa 2: - De fato, mas se você pensar, vai ver que todas as vezes que as pessoas se ajudam mutuamente o dia-a-dia fica mais... Fácil. É dentro desse espírito que a comunidade do software livre age. Para você ter uma idéia, existem milhares de programadores que trabalham voluntariamente desenvolvendo programas de computadores. Eles estão espalhados pelo mundo todo. Pessoa 1: - Milhares? Pessoa 2: - Por todos os continentes e utilizam a Internet como um meio de organização e divulgação de idéias e produtos. Pessoa 1: - Mas como é que os programadores pagam suas contas? Pessoa 2:- Simples, vendendo serviços, suporte, manutenção, treinamentos. Pessoa 1:- Entendi. Você faz um programa como um banco de dados e coloca no mercado pra vender ou distribuir livremente pela internet. Alguém pega o programa e decide implementá-lo na empresa, vai precisar de gente treinada, suporte, etc. Pessoa 2: - Exatamente, e com certeza poucas pessoas terão tanta habilidade como os criadores do produto, certo? Você pode chegar a uma outra conclusão? Pessoa 1: - Qual? Pessoa 2: - Que o mercado de software livre é mais competitivo que o de software proprietário. Pessoa 1: - Como? Pessoa 2: - Imagine um grupo de programadores inexperientes que fizeram um banco de dados fraquinho, poucos recursos, meio bobo... Pessoa 1: - E... Pessoa 2: - Como os programas são abertos, as pessoas, inclusive outros técnicos, poderão ver o programa e talvez cheguem à conclusão que o mesmo não é bom e vão querer aperfeiçoá-lo. Pessoa 1:- Continuo sem entender. Pessoa 2: - Ora, isto quer dizer que as pessoas estão verificando quem tem os melhores programas e se são bem feitos, se as rotinas estão... bem otimizadas E por aí vai. Pessoa 1: - Isto significa que sempre existirão programas com boas performances e otimizados. Pessoa 2: Isso mesmo, e quem se beneficiará são os usuários finais, que terão produtos cada vez melhores , satisfazendo assim as suas necessidades e sempre reduzindo o número de problemas. Pessoa 1: - Eles vão congelar o meu micro? Pessoa 2:- Dificilmente, até porque os programas livres do sistema GNU têm outro tipo de engenharia, diferente do sistema operacional que você utiliza, mas isso fica pra outro dia. Pessoa 1: - Utilizava, vou agora mesmo comprar um para instalar no meu micro. Pessoa 2: - Não precisa, eu fiz uma cópia para você. Pessoa 1:- Uau Pessoa 2: - É isso aí! Usar o software livre é conquistar o direito à liberdade no uso da tecnologia.

-- MariaHelenaBonilla - 20 Feb 2007

Topic revision: r4 - 25 Apr 2007 - 17:06:47 - MariaHelenaBonilla?
 
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